da Agência iNFRA
As condições da malha rodoviária do país apresentaram melhora em relação a 2024. Das principais rodovias do país, 37,9% da extensão apresentaram condições boas ou ótimas, ante 33,0% em 2024, registrando um avanço de quase cinco pontos percentuais. Paralelamente, os trechos classificados como ruins ou péssimos recuaram de 26,6% para 19,1%, enquanto as vias avaliadas como regulares representam 43,0% da malha pesquisada.
Os dados são da Pesquisa CNT de Rodovias 2025, divulgada nesta quarta-feira (17) pela CNT (Confederação Nacional do Transporte). Houve também uma redução dos trechos críticos em 12,3% em relação ao anos passado, mas eles ainda seguem em patamar elevado. São 2.146 pontos onde a rodovia está considerada destruída, 80% deles por buracos. Uma década atrás, esses números ficavam na casa dos 200.
A qualidade da malha rodoviária vem melhorando desde o ano de 2023, após queda significativa nos investimentos públicos a partir de 2015, com acentuada piora a partir de 2019. A pesquisa indica que a melhora está associada à expansão das concessões e à retomada dos investimentos públicos em infraestrutura.
“O aumento de verbas nos últimos três anos tem tido algum resultado”, disse Vander Costa, presidente da CNT.
A evolução é mais expressiva nas rodovias concedidas, onde os trechos ruins caíram 61,6%, passando de 1.609 quilômetros em 2024 para 618 quilômetros em 2025. Nas rodovias sob gestão pública, a redução foi de 23,3%, de 21.630 quilômetros para 16.594 quilômetros. Mas segundo a CNT, o orçamento federal de 2026 prevê menos recursos para transportes.
Apesar do progresso, a pesquisa alerta para os impactos econômicos da infraestrutura deficiente. A má qualidade do pavimento eleva, em média, 31,2% os custos operacionais do transporte rodoviário, chegando a 35,8% nas rodovias públicas.
Apenas com o consumo adicional de diesel associado às más condições das vias, o desperdício anual é estimado em R$ 7,2 bilhões. Entre 2016 e julho de 2025, acidentes em rodovias federais monitoradas pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) geraram um custo econômico acumulado de R$ 149,67 bilhões, reforçando a necessidade de investimentos contínuos e de planejamento de longo prazo, ressaltou a CNT.
Mais privatizações
O presidente da CNT, Vander Costa, disse que é importante manter os investimentos públicos e “privatizar o que for possível privatizar” para manter a qualidade das rodovias no país.
“Os números mostram que a quantia investida é menor do que a quantia necessária, portanto é importante trabalhar com o governo para manter o nível de investimento e privatizar o que for possível privatizar”, afirmou durante o lançamento da pesquisa.
*Reportagem atualizada às 13h de 17/12 para inclusão de novas informações.








