TUP apoiará desenvolvimento da base espacial de Alcântara (MA) e pode ser opção da Vale

Dimmi Amora, da Agência iNFRA

O novo acordo para o uso da Base Espacial de Alcântara (MA) poderá virar uma nova alavanca para o TPA (Terminal Portuário de Alcântara), projeto que trabalha para se tornar o maior terminal privado do país na próxima década, com investimentos estimados em mais de R$ 10 bilhões.

“Estamos tendo reuniões com o CLA (Centro de Lançamento de Alcântara) e com a AEB (Agência Espacial Brasileira). Estamos finalizando uma série de coisas. Há muitas coisas eminentes sobre o tema”, afirmou Paulo Salvador, diretor-executivo da GPM (Grão-Pará Multimodal), responsável pelo projeto.

Segundo ele, o projeto não contava com a Base de Alcântara, pela falta de definição em relação ao que seria feito com a área. Mas, após o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas entre Brasil e Estados Unidos, que prevê o lançamento de foguetes, espaçonaves e satélites a partir da base brasileira mediante remuneração, houve uma mudança de planos.

“Isso vai dar uma outra projeção ao TPA, outra pertinência em termos do desenvolvimento nacional” disse Salvador.

Nuno Martins, diretor da Grão-Pará, afirmou que ser a base para recepção de equipamentos para o CLA poderá dar projeção internacional para a unidade. Por isso, a empresa está em tratativas com agentes públicos para produzir protocolos para a utilização e planejar o desenvolvimento do porto e da região considerando o desenvolvimento do programa espacial do Brasil.

O terminal portuário está planejado para ser multimodal, com possibilidade de uma retroárea superior a 300 milhões de metros quadrados, calado natural mínimo de 25 metros e com acessos fáceis por ferrovia e hidrovia. Além disso, fica a poucos quilômetros da base.

Como mostrou reportagem da Agência iNFRA de agosto de 2019, numa primeira fase o terminal será capaz de movimentar 140 milhões de toneladas/ano em quatro berços. As principais cargas projetadas eram as de minério de ferro e de granéis agrícolas. Agora, aumentam as possibilidades para outros tipos de carga no terminal.

Segundo Salvador, os governos federal e do Maranhão mostraram interesse pelo projeto portuário que foi apresentado. Com o novo projeto para a Base de Alcântara, Salvador acredita que será ainda mais estratégico para o país.

Facilitará ainda o modelo de estruturação de projeto, que está sendo trabalhado como uma espécie de condomínio, em que diferentes grupos de interessados em explorar um determinado serviço seriam os controladores dessas atividades.

O diretor-executivo afirmou que no momento o projeto está com consultoria contratada para iniciar os trabalhos de campo para o licenciamento ambiental do TPA, que está dentro da previsão de realização.

O Ministério da Infraestrutura também sinalizou com a possibilidade de incluir o projeto no PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) para que ele possa ganhar prioridade na análise dos órgãos públicos.

Opção para Carajás
A principal carga prevista para o TPA é o minério de ferro, extraído das minas da Vale na região de Carajás (PA). Recente análise sobre a produção de minério de ferro no longo prazo feita consultoria internacional CRU aponta que o terminal privado é uma opção vantajosa para a Vale em relação a outros terminais, incluído o dela mesma na Ponta da Madeira (MA).

De acordo com o trabalho, a principal vantagem seria a profundidade do terminal que alcança 25 metros, que poderia receber, sem a necessidade de dragagem ou aproximação em canal, navios de grande calado como os navios Valemax de 400 mil toneladas.

Na semana passada, um dos Valemax dessa categoria, usado pela empresa para levar minério para a China, sofreu avarias no casco ao passar no canal de aproximação da Ponta da Madeira e está encalhado a 100 km da costa maranhense, com a possibilidade de perder a carga de minério e derramar o produto e combustível, no que poderá se tornar um grande desastre ambiental.

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