iNFRADebate: Óleo e gás – Cenário positivo deve colocar o Rio novamente no protagonismo da produção para a base energética

Gustavo Maschietto*

Recentemente, a Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) lançou a sétima edição do seu Anuário do Petróleo revelando que há uma expectativa de mais de US$ 60 bilhões em investimentos no estado nos próximos anos, a maior parte concentrada no desenvolvimento de reservas de petróleo no mar. A produção no pré-sal fluminense, mostra a publicação, já se aproxima dos 2 milhões de barris por dia, enquanto projetos de revitalização e a entrada de novas empresas operadoras nos campos maduros no Norte Fluminense oferecem boas perspectivas para a produção no pós-sal. 

O Rio, que hoje registra aumento da sua produção, volta a representar mais de 80% da produção nacional e deve continuar como principal expoente do mercado. Esse cenário abre uma janela de oportunidades para diferentes setores, especialmente as empresas que atuam na construção e em projetos para indústrias de base sediadas no estado.

Tais investimentos – além de contribuírem para o desenvolvimento econômico e social – geram empregos de qualidade e muito desenvolvimento técnico em engenharia pesada, pois trata-se de obras grandes, com vasta capacidade de geração de empregos e enorme distribuição de renda, visando por outro lado reduzir as desigualdades.

É importante observar que tal movimento na área de petróleo e gás, paralelamente aos investimentos na transição energética, impactam toda a área de engenharia, com melhoria da infraestrutura de transportes e também a construção civil de forma a atender as demandas residenciais e comerciais. É um fluxo positivo o que a Firjan desenha em seu relatório.

Dados da ABESPetro (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo) corroboram os números ao apontar que os investimentos da indústria de petróleo e gás no Brasil alcançarão em torno de US$ 24 bilhões por ano, ou o equivalente a R$ 102 bilhões/ano, até 2025. O secretário-executivo da associação, Thelmo Ghiorzi, explica que esse valor é baseado nos investimentos que o Brasil vai fazer nos próximos anos e dos quais o pré-sal corresponde a 62% hoje. “Vai chegar, em 2030, a 70%”, estimou. Os projetos já aprovados totalizam investimentos de US$ 156 bilhões até 2030.

Considerando que as reservas conhecidas fossem leiloadas, com investimentos sendo efetuados também nessas áreas, o Plano Decenal 2030, do MME (Ministério de Minas e Energia), publicado em 2021, apresenta potencial de US$ 415 bilhões em investimentos para o setor até 2030.

O Caderno ABESPetro 2022 é o maior levantamento do primeiro elo da cadeia produtiva do petróleo, na qual estão situadas as empresas que fornecem bens e serviços diretamente para as companhias petroleiras. O estudo foi elaborado com apoio da consultoria Deloitte. São dados que mostram o importante potencial para o setor de obras de engenharia, essencial para que, de fato, esses projetos saiam do papel e ganhem a realidade das ruas, contribuindo decisivamente para o desenvolvimento do nosso país, em especial a retomada da atividade econômica do Rio de Janeiro.

*Gustavo Maschietto é diretor de Engenharia e Operações da Carioca Engenharia.
O iNFRADebate é o espaço de artigos da Agência iNFRA com opiniões de seus atores que não refletem necessariamente o pensamento da Agência iNFRA, sendo de total responsabilidade do autor as informações, juízos de valor e conceitos descritos no texto.

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