BNDES estima investir 3,5 bi em projetos de logística em 2018

 

Cláudia Borges, da Agência iNFRA

BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento) calcula que irá investir R$ 85 bilhões em projetos este ano. Deste total, 40% será destinado para projetos de infraestrutura, que englobam saneamento, energia, logística e telecomunicações.

Somente para a área de logística, a estimativa do banco é de desembolsar R$ 3,5 bilhões, afirmou o técnico do Departamento de Transporte de Logística do BNDES, Edson Dalto, em evento sobre ferrovias realizado no Itamaraty. O valor é quase R$ 1 bilhão superior ao do ano passado, mas ainda longe dos R$ 11,5 bilhões desembolsados para o setor em 2014.

“O setor de infraestrutura é prioritário para o governo”, afirmou Dalto, para justificar o elevado percentual direcionado à infraestrutura como um todo.

Financiamento
Em entrevista à Agência iNFRA, Dalto destacou que a maior dificuldade para obtenção de financiamento é a comprovação, nos projetos, da capacidade de pagamento.  “É muito importante que o projeto esteja muito bem equacionado em termos de demanda, em termos de investimentos, e que os investimentos evoluam de acordo com a própria demanda”, recomendou.

O maior compartilhamento de risco durante a fase de completion, o cuidado com a processo de obtenção de licenciamento ambiental, a busca de certificação acreditada de estudos, projetos e obras de engenharia e avaliação periódica do ativo regulatório indenizável, também devem ser observados para facilitar a obtenção de recursos do BNDES, reforçou Dalto.

Sistema ferroviário
Embora a malha ferroviária brasileira tenha cerca de 29 mil quilômetros de extensão, que a classificaria como oitava rede mundial, e de ser a sexta em produção ferroviária (TKU), segundo Dalto, o modal tem baixa densidade e uma produtividade muito heterogênea. “Temos ferrovias no país com padrão de transporte mundial e ferrovias com padrão muito abaixo”, destacou. A participação na matriz modal, de apenas 15%, também seria muito baixa, dada a extensão da malha.

As ferrovias brasileiras atendem à demanda de exportação de commodities minerais de agrícolas de forma satisfatória, afirma o técnico do BNDES.No entanto, na sua opinião, seria necessário ampliar as trocas regionais, não só através de interconexões entre as diversas malhas, mas entre os demais modais de transportes.

Outro aspecto mencionado por Dalto foi a maior inserção da carga geral no transporte por ferrovias. “Hoje, somente de 4% de carga geral trafega pela ferrovia, conforme dados da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).  O uso da rede para o transporte inter-regional de passageiros também deve ser pensado para o futuro”, enfatizou. O evento foi realizado na segunda-feira (14), contou ainda com a participação de representantes da Alemanha, que falaram sobre o modelo do transporte ferroviário utilizado no país e a regulação, além de representantes  governo brasileiro que falaram sobre os projetos do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos).

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