Lucas Santin, da Agência iNFRA
A consultoria econômica Pezco elaborou
No documento, obtido pela Agência iNFRA, os dados apontam que possivelmente 2018 será o ano com o mais baixo investimento desde 2005. A análise enxerga uma evolução se iniciando já neste fim de ano.
“Embora as incertezas das eleições tenham contribuído para o baixo nível [dos investimentos], vemos um caminho de recuperação em curso já no fim de 2018”, diz o texto. Segundo a Pezco, o investimento estimado pelo governo do presidente Bolsonaro para 2019 seria de R$ 180 bilhões e, para 2022 a estimativa ficaria na faixa dos R$ 250 bilhões. A consultoria estima um número 43% mais baixo que esses.
Pelo cenário, somente em 2030 o país alcançaria um percentual de 2,2% do PIB em investimentos, o que ainda será menor que a média mundial, que é de 3%.
Para isso, a Pezco há uma série de ações necessárias para que os investimentos possam crescer. Entre elas, o aumento da isenção da receita tributária nas debêntures incentivadas, tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas; privatização da Companhia Docas; alteração nos leilões de rodovias; maior avanço de leilões de aeroportos e ferrovias.
O texto termina com um questionamento: “É a hora de dizer que é a hora?”, lembrando que o governo eleito ainda terá muitas barreiras para um investimento massivo em infraestrutura.
Visão para o setor de transportes
Em relação às rodovias, a Pezco acredita em novos leilões para manter os investimentos fortes. A empresa acredita que um ponto positivo para o país seja a alteração do modelo de leilão. Para ela, ao invés de realizar o leilão pegando a menor tarifa, deve-se priorizar o maior valor de concessão. Também cita a concessão em blocos.
A estimativa de consultoria é que os investimentos em transporte cheguem a 0,5% do PIB neste ano, o menor patamar desde 2006, e podem subir gradativamente até 0,8% do PIB até 2030.
Ferrovias são apontadas como um plano do governo de Dilma Rousseff que não deu certo. “Mesmo com dúvidas quanto a algumas renovações antecipadas”, o aumento nos investimentos no modal virão tanto pelas concessões já realizadas quanto por projetos greenfield.
Para os aeroportos, a empresa cita uma novidade, que chama de modelo “filé e osso”, que foi adotado para a quinta rodada de leilões. Nesses leilões, o vencedor da concessão de um grande aeroporto também será responsável por um outro, menor e mais fraco economicamente.
O setor portuário é defendido como uma importante parte dos investimentos. Segundo o relatório, ainda há quatro terminais na lista do PPI (Programa de parceria de Investimentos) e que, em breve, deverão ser leiloados. A já citada privatização da Companhia Docas é vista como uma possibilidade para o aumento da competitividade no setor portuário. “Veremos um forte investimento nessa área”, diz o documento.