da Agência iNFRA
O diretor da ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) Adalberto Tokarski despediu-se na última terça-feira (15) da autarquia, após 15 anos trabalhando na agência e dois mandatos seguidos de diretor, um deles como diretor-geral.
Tokarski, que termina o mandato nesta sexta-feira (18), ainda não tem substituto para sua vaga, nem para a substituição provisória nem para a definitiva. No caso da provisória, a lista com os substitutos foi encaminhada para a Casa Civil da Presidência, mas, por problemas atribuídos à burocracia dessas nomeações, ainda não está publicada no Diário Oficial da União.
Terminou em janeiro a validade da lista anterior, que contava com o nome dos superintendentes Gabriela Costa, Joelson Miranda e Bruno Pinheiro. Esses não podem ser reconduzidos por determinação da lei. Como a agência só tem seis superintendências, os superintendentes das outras áreas tiveram os nomes encaminhados.
Já o nome para ser o novo diretor da agência com mandato, que tem que ser encaminhado para avaliação do Senado, ainda não foi indicado pelo Ministério da Infraestrutura à Casa Civil. A Agência iNFRA apurou que há possibilidade de que possa ser enviada uma sugestão na próxima semana.
Continuidade
Em seu discurso de despedida, numa cerimônia presencial que contou com a presença do secretário-executivo da pasta, Marcelo Sampaio, e do secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Diogo Piloni, Tokarski pediu a continuidade de três processos que ele considerou que devem ter maior atenção do governo.
São eles a outorga eletrônica para TUP (terminal de uso privado), o derrocamento do Pedral do Lourenço e a dragagem permanente da hidrovia do Paraguai-Paraná.
“A reivindicação é que a ANTAQ brigue para que seja feito o derrocamento do Lourenço, mesmo que essa questão não seja nossa. Mas é preciso brigar por isso. O secretário precisa de apoio, ser cobrado e pressionado”, disse.
Hidrovias
O diretor também falou a respeito de duas hidrovias brasileiras: a do Paraguai e a do Tietê-Paraná. Segundo ele, a solução para a primeira pode vir por PPP (parceria público-privada). Sobre a outra hidrovia, Tokarski pediu que o governo busque solução para os períodos de seca, quando a necessidade de segurar água nos reservatórios para as hidrelétricas acaba por impedir a navegação.
“Na hidrovia do Paraguai, precisamos buscar uma solução para que haja uma dragagem permanente. Se fizermos uma PPP, com certeza a empresa que é responsável por transportar 80% de todos os produtos irá investir. Também precisamos retomar a navegação do Tietê-Paraná. Algumas empresas já estão saindo. Inclusive, a empresa mais antiga está vendendo as suas embarcações. Se não voltar já, acaba a credibilidade de toda aquela estrutura”, afirmou.
Durante a cerimônia, Tokarski agradeceu à equipe de servidores, diretores e integrantes do governo. Também comentou sobre a possível recondução ao cargo, que não é permitida para ele. “Chega! Já basta! Dei minha alma e todo o meu esforço”, disse. (colaborou: Tales Silveira)