Rafael Bitencourt, da Agência iNFRA
O diretor de operações e desenvolvimento de negócios da Atlas Agro, Rodrigo Santana, defendeu nesta segunda-feira (30) que a produção nacional de nitrogenados deve receber incentivos semelhantes ao que o governo quer oferecer aos grandes centros de processamento e armazenamento de dados, os data centers, no país.
Durante evento sobre a produção de fertilizantes no Brasil, o executivo mencionou que o governo mobilizou esforços em preparar uma MP (Medida Provisória) para viabilizar os investimentos das grandes empresas de tecnologias no país. Por aqui, o setor de data centers enxerga a oportunidade de ter acesso a energia renovável, além de grande oferta de terrenos e água em abundância, afirmou.
“Por que também não pegar especificamente essa indústria, se ela é estratégica para desenvolver o fomento específico e garantir que realmente a gente aumente essa produção aqui no Brasil?”, questionou Santana, ao participar do workshop “Fertilizantes 2025: cenários e perspectivas”.
Durante o evento, o diretor da Atlas Agro explicou que a empresa, apesar do nome brasileiro, tem sede na Suíça e escritório de projetos em Madri (Espanha). Além do projeto de fertilizantes hidrogenados em Uberaba (MG), a companhia conta com outro nos Estados Unidos, no estado de Washington. O empreendimento brasileiro, disse ele, está orçado em cerca de US$ 1 bilhão.
Para Santana, a produção de fertilizantes hidrogenados no Brasil pode ser uma vantagem “gigantesca” para o agronegócio brasileiro. Ele contou que mais de 60% das emissões na produção de café, laranja ou milho estão associadas basicamente ao uso de fertilizantes nitrogenados.
“Quando ele coloca o fertilizante de nitrogenados de baixa emissão de carbono, ele reduz entre 50% e 60% das emissões. Isso pode colocar o Brasil e os produtores rurais brasileiros numa vantagem competitiva realmente gigantesca”, ressaltou Santana, no evento realizado pela ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) em parceria com ministérios envolvidos na discussão.
O executivo se queixou, por exemplo, das oportunidades que o setor pode perder se for aprovada a retirada de incentivos ao consumo de renováveis previstos na MP de reforma do setor elétrico, a MP 1.300.