da Agência iNFRA
O Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2025, divulgado pela Abrema (Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente), mostrou que, em 2024, apenas 11,7% dos resíduos urbanos foram convertidos em energia ou combustíveis renováveis, como biogás e biometano. No período, o Brasil gerou 81,6 milhões de toneladas de resíduos, o que representa cerca de 1 kg por pessoa por dia.
Do total produzido, 6,57 milhões de toneladas foram usadas na geração de eletricidade por biogás, enquanto 2,6 milhões foram transformadas em biometano, combustível capaz de substituir o gás natural. A Abrema estima que, se grandes municípios destinassem resíduos a aterros com plantas de biometano, a produção poderia chegar a 2,86 milhões de Nm³/dia, aumento de 525% sobre a capacidade atual.
Apesar de avanços tímidos, o país ainda enfrenta problemas estruturais, de acordo com o estudo. 28,1 milhões de toneladas — 40,3% do lixo coletado — seguem para lixões e outros destinos irregulares, mesmo após sua proibição em 2024. Quase 3 mil lixões ainda funcionam. As desigualdades regionais persistem: Sudeste e Sul destinam mais de 69% do lixo a aterros sanitários, enquanto o Norte apresenta o pior índice, com apenas 38,7%.
A reciclagem tradicional também avança pouco. Apenas 8,7% dos resíduos secos foram reciclados em 2024, e quase dois terços do material aproveitado vêm do trabalho informal de catadores.








