22/09/2025 | 08h00  •  Atualização: 22/09/2025 | 21h27

Com free flow, BR-381/MG aposta em comunicação contra inadimplência

Foto: ANTT

Gabriela Vilaça, para a Agência iNFRA

A Nova 381, concessionária responsável pela gestão de 303,4 quilômetros da BR-381 em Minas Gerais, será a primeira rodovia federal a operar com cobrança de pedágio 100% no sistema free flow. O início está previsto para o dia 27 de setembro, com dois pórticos em operação (Caeté e João Monlevade), enquanto os demais devem ser ativados até novembro.

O contrato original previa cinco praças físicas de pedágio, mas a concessionária firmou um aditivo com a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) em março, permitindo a migração integral para o sistema de passagem automática. 

“O free flow é o futuro das concessões. Houve interesse nosso, abertura da agência para essa modificação e existe um nível de regulação suficiente para dar segurança ao investidor, embora ainda haja muita discussão sobre o tema”, comentou em entrevista à Agência iNFRA o CEO da Nova 381, Marcelo Boaventura.

Segundo ele, a decisão por um modelo 100% free flow também se apoiou em ganhos de eficiência, segurança e sustentabilidade. “As praças físicas têm custo elevado de implantação e operação. O free flow reduz emissões, trazendo benefícios ambientais, e segurança viária, ao melhorar a fluidez”, disse.

Boaventura reconhece, porém, o temor da inadimplência e a “imaturidade” regulatória ainda existente. Ele lembrou que o modelo é novo para todo o ecossistema, mas, segundo o executivo, estão sendo realizadas reuniões semanais com a ANTT e as concessionárias para buscar uma regulação mais objetiva e transparente, já que o momento é de “entrar no detalhe” de como serão as regras. 

Sobre a preocupação com a inadimplência, Boaventura disse que a concessionária entende que pode haver uma curva de evasão maior nos primeiros meses, mas a aposta é em campanhas de comunicação e múltiplos canais de pagamento para mitigar esse efeito. “O usuário vai perceber a relação direta entre tarifa e qualidade da rodovia”, enfatizou. 

Passado
A concessionária assumiu a 381, conhecida como a “Rodovia da Morte”, em fevereiro. “Era uma rodovia marcada pela falta de manutenção, com muito desgaste no pavimento, abandono e sinalização precária. Já aplicamos mais de 145 mil toneladas de asfalto, o dobro do previsto nos projetos iniciais. Esse número é muito acima do razoável para trabalhos iniciais, e reflete o desgaste que a via tinha”, afirma.

Além do pedágio automático, a empresa antecipou a instalação de cobertura 4G, já presente em 100% da via (segundo a concessionária, a cobertura atingia 50% do trecho até então), e negocia com a ANTT a substituição das três balanças tradicionais previstas em contrato pelo modelo de pesagem em movimento (HSWim), com previsão para o final de 2026.

Nova 364, em Rondônia, segue mesma rota
Na BR-364, em Rondônia, a Nova 364, concessionária do grupo 4UM, prepara a implementação de sete pórticos de free flow ao longo dos 686,7 km concedidos. Trata-se da primeira concessão no estado, que já começará a cobrança em 2026 no modelo 100% free flow, com todos os pórticos em operação. 

O contrato também previa praças físicas, mas um aditivo permitiu a migração integral para o modelo de passagem automática. Segundo o CEO da Nova 364, Wagner Martins, o tráfego no trecho é 60% composto por caminhões. As praças de pedágio tradicionais gerariam gargalos logísticos e impacto direto no custo do transporte, explicou. 

“O free flow elimina esse estrangulamento, melhora a segurança e reduz emissões, o que é importante, já que estamos em uma região de floresta amazônica”, disse à Agência iNFRA.
 
A concessionária também decidiu antecipar a cobertura 4G, prevista originalmente para o terceiro ano de contrato. Até agosto de 2026, serão instaladas 93 torres, permitindo a cobertura de 100% do trecho. “Identificamos que entre Porto Velho e Vilhena a deficiência de sinal era crítica. Antecipamos porque entendemos que é um benefício imediato para o usuário e para a própria operação da rodovia”, afirmou.

Na mesma rota da Nova 381, a concessionária ainda discute com a ANTT a adoção do HSWim em substituição às balanças tradicionais – cujas instalações estão previstas para os três primeiros anos de contrato.

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