Com projeto agressivo, nova concessionária da BR-163/MT busca recuperar credibilidade após repactuação

Dimmi Amora, da Agência iNFRA

Anos de planos frustrados para a duplicação da mais importante rota de escoamento do estado levaram a uma desconfiança da população do Mato Grosso em relação à Rota do Oeste, concessionária que administra a BR-163/MT, licitada em 2013, mas que não cumpriu os planos de investimentos previstos em contrato.

A repactuação do contrato realizada ao longo do ano passado, modelo que agora o governo federal tenta aplicar em outros contratos de concessão de rodovias no país, foi encarada com desconfiança semelhante pela população local, devido ao fato de outros planos terem se frustrado ao longo do caminho nos últimos anos.

“Precisávamos passar a mensagem de que agora tem solução e preparamos algo que fizesse diferença na percepção”, contou Luciano Uchoa Carneiro da Cunha, CEO da companhia rebatizada para Nova Rota do Oeste, que avalia ter conseguido. “Antes, a principal reclamação nossa era de buraco na pista. Agora, é de pare e siga na rodovia.”

Quatro meses depois de ter assumido o controle após a repactuação do contrato, o agressivo plano de obras já recuperou 300 quilômetros de asfalto e estrutura da rodovia, com investimentos de R$ 202 milhões. De acordo com Luciano, o plano previa a recuperação da via em 24 meses, mas a ideia é deixar tudo pronto em 2023.

Organização prévia
A organização de um ataque tão rápido foi feita num período em que a concessão esteve entre a aprovação no TCU (Tribunal de Contas da União) do projeto de repactuação, que ocorreu em outubro do ano passado, e a assinatura do contrato, em abril deste ano. Segundo Luciano, o planejamento prévio foi essencial para que as máquinas pudessem estar na pista dias depois do contrato assinado.

Os benefícios se espalharam por vários setores, de empregos gerados a aumento de arrecadação por parte das prefeituras. Luciano conta que pediu para investigar ainda um inesperado aumento do volume de tráfego de veículos leves na rodovia, para avaliar se tem relação ou não com a sensação de melhora e o retorno de usuários que deixaram de trafegar por temer a via.

A recuperação do estado deteriorado em que a rodovia ficou, no entanto, não é suficiente para que se mude a percepção geral, já que em vários trechos a necessidade de duplicação é premente. Por isso, segundo ele, o projeto de recuperação da credibilidade da rodovia passava por iniciar algum trecho dos mais de 460 quilômetros que a concessionária tem que duplicar.

R$ 4,5 bi a financiar
Uma frente de duplicação com 86,5 quilômetros, entre Diamantino e Nova Mutum começou a obra menos de três meses após o início da concessão, num contrato de R$ 518 milhões. 

Para o cumprimento total do contrato, a expectativa é de que sejam investidos R$ 7,5 bilhões, que virão de recursos de investimentos do acionista, uma estatal, e de arrecadação com os pedágios e com financiamentos, que ele estima que serão na casa dos R$ 4,5 bilhões. 

Luciano atribui a dois elementos-chave a retomada do projeto com a velocidade em que está sendo feita. Primeiro a disposição do governo local de investir no projeto recursos públicos, R$ 1,2 bilhão de imediato, que fizeram com que fosse possível uma rápida retomada. E também a manutenção da estrutura da empresa, sem intervenções na concessionária. Agora CEO, ele era o diretor de obras na gestão anterior.

“Minha escolha é o maior sinal de que a gestão vai continuar sendo uma gestão profissional”, afirmou Luciano.

Road show para empreiteiras
Entusiasta do modelo de repactuação, que para ele é a melhor forma de atender ao interesse público de ter uma rodovia de qualidade para os usuários, Luciano agora está diante de um novo desafio, que há alguns anos pareceria inusitado diante da paralisia de investimentos na rodovia: conseguir empresas para executar o plano de investimentos.

Ele está planejando fazer um road show pelo país para buscar construtoras que possam instalar-se no estado para trabalharem nas frentes de obras que serão abertas para as obras de ampliação de capacidade, que atualmente estão com projetos em nível de produção e que têm que ser concluídas em oito anos.

“Queremos que esse mercado nos veja. Sempre tivemos problemas para atrair empresas para cá, mas o porte do que estamos fazendo agora é muito maior e isso é um atrativo”, disse Luciano.

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