Compra de asfalto cresce 10,7% em 2023 e distribuidora planeja nova fábrica no país

Dimmi Amora, da Agência iNFRA

O volume de asfalto comercializado no Brasil em 2023 teve crescimento de 10,7% em relação ao do ano anterior. Foram 2,866 milhões de toneladas vendidas, contra 2,589 milhões no mesmo período em 2022, de acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

O ministro dos Transportes, Renan Filho, chegou a indicar no início de 2023 que a falta de asfalto poderia ser um possível gargalo para a execução do orçamento da pasta, que foi triplicado em relação ao ano anterior. No entanto, o crescimento da demanda em relação ao ano de 2022 não gerou gargalos no setor.

Parte do aumento de quantidade de asfalto foi absorvida pela importação do produto, que passou de 52 mil toneladas para mais de 120 mil no ano passado, ainda de acordo com os dados do setor. Mesmo com o dobro de importações, não foram registrados gargalos na logística das empresas.

Mas, de acordo com Emerson Maciel, gerente de Operações e Tecnologia da Stratura, companhia distribuidora que está entre as cinco maiores do mercado, a perspectiva para este ano é de novo aumento, com possibilidade de o consumo passar dos 3 milhões de toneladas. A Stratura pertence ao Grupo Fiord Capital, sendo adquirida pelo grupo em 2022.

Em 2021, na pandemia de Covid-19, o mercado caiu para 1,9 milhão de toneladas, e voltou a subir em 2022. As refinarias que produzem o CAP (Cimento Asfáltico de Petróleo), que é a matéria-prima para a produção do asfalto, no Brasil, são quase todas da Petrobras. 

Nova fábrica
O otimismo com o mercado fez a Stratura aprovar a construção de uma nova fábrica, cuja localização ainda está sendo decidida. Atualmente, a empresa tem unidades em Betim (MG), Ponta Grossa (PR), Maracanaú (CE) e Paulínia (SP), maior unidade onde também está seu centro de pesquisa. 

“Ao longo do ano passado já fizemos o planejamento para 2024 nos preparando para poder atender a qualquer tipo de demanda”, disse Maciel. “O investimento não é só em manutenção. O número da CNT [Confederação Nacional do Transporte] mostra que temos só 12,4% das rodovias pavimentadas no país. Tem muito a fazer.”

Além da demanda do setor público, Maciel também aposta na maturação dos investimentos de concessões que vêm sendo licitadas no país nos últimos anos. Para chegar à fase de asfaltamento das vias, as obras precisam passar por várias etapas antes, o que vem ocorrendo.

Além dos investimentos na nova fábrica, Maciel explicou que a empresa também está fortalecendo seu parque de máquinas, com nova frota de caminhões. Outra linha da empresa é trabalhar na melhoria dos produtos, com desenvolvimento próprio no centro de pesquisa da empresa.

Asfalto com plástico reciclado
Em 2022, a companhia desenvolveu o GreenFlex, asfalto que se utiliza de plástico reciclado em sua composição, o que diminui o uso dos componentes a base de petróleo. Outra solução na linha da redução das emissões é o reaproveitamento cada vez maior do material fresado.

“O custo é o do processo. Envolve a diminuição dos custos de manutenção. Quando se faz esse material, diminui-se o custo de manutenção ao longo do tempo”, explicou Maciel. 

Segundo Maciel, há compostos onde a empresa já se utilizou de até 30% de material reciclado, o que reduz a quantidade de matéria-prima e também as emissões em outras etapas do processo, como a chamada “usinagem” (mistura do CAP com as pedras).

Mudanças climáticas
As pesquisas da empresa apontaram que esses compostos também têm uma maior durabilidade, especialmente contra os efeitos de deformação do pavimento. Maciel lembra ainda que esses estudos já estão levando em consideração as mudanças climáticas, que têm impactado o setor.

Em alguns lugares do mundo, os pavimentos asfálticos estão derretendo devido ao calor acima do previsto para a utilização deles. Maciel lembrou que as temperaturas mais elevadas são também preocupação para o Brasil.

“Procuramos trazer a expertise do que está acontecendo lá fora para dentro do nosso centro de tecnologia”, afirmou Maciel. “O objetivo é fazer um produto olhando para frente, como vai ser daqui a cinco, dez anos.” 

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