19/06/2025 | 10h39  •  Atualização: 24/06/2025 | 08h47

Fábricas de fertilizantes da Petrobras em Sergipe e Bahia serão retomadas ainda neste ano, diz diretor

Gabriel Vasconcelos, da Agência iNFRA

A Petrobras planeja concluir ainda neste ano a retomada das operações das chamadas Fafens (Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados) nos estados de Sergipe e Bahia.

Segundo o diretor de Processos Industriais e Produtos da estatal, William França, os envelopes com propostas para contratação de empresa responsável pela operação e manutenção das unidades serão abertos já no dia 30 de junho, e a assinatura do contrato deve acontecer até outubro. Com isso, as fábricas podem estar em funcionamento já em novembro.

França e a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, comentaram a situação do parque de fertilizantes da estatal em um café com jornalistas sobre o primeiro ano da gestão, na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro.

Segundo fontes, a empresa favorita para vencer essa licitação é a própria Unigel, a antiga arrendatária das duas unidades. No mês passado, a empresa fechou um acordo com a Petrobras para encerrar o antigo contrato de arrendamento, que se estendia até 2030, e colocar fim a uma disputa arbitral que envolvia reclamações financeiras de ambas as partes.

Apesar disso, pelo acordo, a Unigel pode participar do novo certame. A petroquímica arrendou as duas fábricas de fertilizantes da Petrobras ainda em 2019, mas deixou de produzir em 2023, sob o argumento de que a estatal fornecia o gás natural, matéria-prima do produto final, a preços que inviabilizavam a operação. Nos últimos dois anos as empresas negociaram saídas para a reativação das unidades.

Com essa retomada das fábricas, uma diretriz do MME (Ministério de Minas e Energia), Magda diz ser possível perfazer 9% do consumo nacional de fertilizantes e o equivalente à metade da demanda brasileira de ureia. As duas fábricas tem capacidade para produzir, juntas, 1,6 milhão de toneladas de ureia por ano.

Outras unidades
Além das Fafens de Sergipe e Bahia, Magda disse que a Ansa (Araucária Nitrogenados S.A.), situada no Paraná, estaria prestes a “dar partida” na produção. Já a UFN-3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III), no Mato Grosso do Sul, já teve a retomada das obras aprovada, o que está sendo licitado para conclusão da unidade e início da produção em 2026, segundo a CEO.

“Para quem não tinha nada, um ano depois estamos criando tudo isso. É um projeto economicamente rentável, aspirado pela sociedade em um país que precisa de fertilizante e hoje importa 90% do que consome. Vamos entregar fertilizante e substituir importações com lucro. A gente sempre ouvia dizer que fertilizantes só dão prejuízo, mas os nossos dão lucro”, disse Magda.

Em função do passado deficitário, o mercado é cético à retomada dos projetos da Petrobras na área de fertilizantes. Isso levou conselheiros representantes de acionistas privados no board da companhia a resistirem a esses projetos, mas eles foram votos vencidos no Conselho de Administração, que tem maioria, (seis dos 11 integrantes) indicada pelo controlador, o governo federal.

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