Gabriel Vasconcelos, da Agência iNFRA
O CEO da Enel no Brasil, Antonio Scala, disse hoje (2) que o fim dos descontos de até 50% no uso do fio por fontes renováveis para novos contratos a partir de 2026 é “ação correta, mas tecnicamente complicada”. A medida integra a MP (Medida Provisória) da reforma do setor elétrico e deve ocupar boa parte da discussão no Congresso.
“Isso é um tema tecnicamente complicado porque [o desconto] não termina para os contratos que já foram feitos. Temos que entender bem como isso vai ser identificado. O trabalho a ser feito pelo legislativo vai ser fundamental para definir exatamente como esse incentivo vai terminar, quando e como vai funcionar essa migração aplicada aos contratos que já existem. Imagino que será um dos temas mais discutidos”, disse a jornalistas em evento do Fórum Econômico Mundial, no Rio de Janeiro.
Ele elogiou o espírito do texto do governo pelas medidas para reduzir os encargos do sistema e pela antecipação da abertura do mercado. E, ainda sobre o referido desconto, disse tratar-se de um incentivo mais para clientes do que para geradores. Scala reconhece que a geração renovável centralizada não precisa mais do mesmo nível de incentivo que no passado e, por isso, definiu a medida como acertada.
Distribuição
Sobre o negócio de distribuição, Scala disse que o investimento da Enel previsto para a concessão de São Paulo este ano será recorde, dentro dos R$ 10 bilhões em curso para a região no triênio 2025-2027. O executivo destacou que o montante para os três anos é maior que o investido ao longo dos sete anos anteriores e tem como principal finalidade aumentar a resiliência a fenômenos climáticos extremos, que danificaram a rede no ano passado.
No total para o período, a Enel prevê R$ 25 bilhões em investimentos para o Brasil, sendo R$ 24 bilhões para o negócio distribuição de energia que, além de São Paulo, também têm áreas no Rio de Janeiro e Ceará. A empresa busca a renovação dessas concessões por mais 30 anos. A do Rio de Janeiro vence em 2026, enquanto as de São Paulo e Ceará vencem em 2028.