Rafael Bitencourt, da Agência iNFRA
Enquanto o governo federal posterga o lançamento da política de minerais críticos, o governo do estado de Goiás anunciou nesta semana avanços em três iniciativas no setor consideradas importantes para posicionar o Brasil no mercado internacional. O governador Ronaldo Caiado firmou parceria com o governo do Japão, para exploração e processamento de terras raras, criou a Autoridade Estadual de Minerais Críticos do Estado de Goiás e instituiu o FEDMC (Fundo Estadual de Desenvolvimento dos Minerais Críticos).
Ontem, quinta-feira (28), Caiado recebeu, no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, comitiva da Embaixada do Japão no Brasil, com a presença do embaixador Teiji Hayashi. De acordo com informações do governo estadual, a reunião teve como objetivo principal discutir parceria estratégica para exploração de OTRs (Óxidos de Terras Raras) no estado. E ressaltam que as reservas goianas representam 25% da disponibilidade mundial deste tipo de minério.
“Chegamos a um entendimento para avançar na cooperação entre Goiás e o governo japonês, não apenas na exploração, mas também no processamento das terras raras”, afirmou Caiado, conforme nota divulgada pelo assessoria.
Na solenidade, o embaixador do Japão falou do interesse em “aprofundar” os laços e a colaboração na área de terras raras. O diplomata integra a comitiva que visita nesta sexta-feira (29) a mineradora apontada como referência na produção de terras raras no Brasil: a Serra Verde, em Minaçu (GO). A delegação também vai conhecer ainda a planta Aclara Resources, em Aparecida de Goiânia (GO).
Em nota, o governo de Goiás diz que a atividade mineral no estado já domina as duas primeiras etapas para a comercialização do minério, “sendo o único ponto fora da Ásia a realizar a produção em larga escala”.
Atualmente, a China lidera no domínio de tecnologias de separação e refino das terras raras, que são os 17 elementos da tabela periódica aplicados em tecnologias de ponta e transição energética, utilizados na fabricação de turbinas eólicas, veículos elétricos, baterias, equipamentos militares e data centers.
Licenciamento ágil
No encontro com a delegação japonesa, Caiado frisou que o estado é capaz de entregar um licenciamento ágil. “Posso garantir que, no máximo em três meses, nós autorizamos o início de qualquer pesquisa ou instalação em Goiás”, afirmou.
O governador de Goiás já havia criticado a falta de uma política nacional de mineração para o desenvolvimento do setor. Isso ocorreu, por exemplo, na abertura do 9º Encontro Nacional de Média e Pequena Mineração, em Goiânia.
A lei estadual, que cria a Autoridade Estadual e FEDMC, foi assinada na quinta-feira (29).








