Rafael Bitencourt, da Agência iNFRA
O Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração) vai assinar até o final do ano um convênio com a PF (Polícia Federal) para criar um banco de amostras de ouro a fim de verificar a origem do minério comercializado. A confirmação dessa parceria, para combater a venda ilegal de ouro, foi mencionada nesta terça-feira (23) pelo diretor de assuntos minerários da entidade, Júlio Neri.
De acordo com o executivo, o banco de amostra que está sendo montando foi apelitado pela equipe envolvida no projeto de “Ouroteca”.
“Cada jazida é única, que tem características especiais mesmo. O que resta é a gente conseguir meios de mapear isso e, então, poder usar essas características a nosso favor, a favor de uma rastreabilidade que leve à ilegalidade”, disse Neri, no Fórum Brasileiro pelo Ouro Responsável. O evento foi promovido pela ANM (Agência Nacional de Mineração) e pelo Conselho Mundial do Ouro, o World Gold Council, em Brasília.
O diretor do Ibram afirmou que a catalogação do ouro no Brasil impôs desafios que aos poucos têm sido superados. “A gente vai poder identificar de onde veio cada amostra de ouro. É um trabalho longo, difícil e caro, mas que precisa começar. Já andou bastante, e a gente já consegue provar, por exemplo, que uma determinada amostra não veio de uma determinada jazida”, explicou.
Chamariz
Neri frisou que a alta cotação do ouro no mercado internacional mantém criminosos mobilizados para obtenção desse minério por via ilegal. “O preço que o ouro está hoje em US$ 3.780 por Onça [Troy], equivale a R$ 680 a grama (…) É um chamariz enorme para atratividade de pessoas inescrupulosas onde cabe o poder de polícia – do governo, principalmente – para coibir essas ações ilegais”, afirmou.








