Geraldo Campos Jr., da Agência iNFRA
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta segunda-feira (18) que alertou a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, de que a Enel pode não ter suas concessões renovadas no Brasil. O “esclarecimento”, segundo ele, foi uma espécie de “cartão amarelo quase já avermelhando” para a distribuidora, que é controlada pelo governo italiano.
“Esclareci à primeira-ministra Meloni e ao ministro da Economia (…) que para ter acesso a essa renovação as empresas precisam cumprir regras objetivas. E que a Enel deixava muito a desejar na prestação do serviço”, afirmou, referindo-se à reunião bilateral realizada no domingo (17), no Rio de Janeiro, entre o presidente Lula, a primeira-ministra Meloni e integrantes dos dois governos.
O ministro disse que foi uma conversa objetiva, destacando a necessidade de avanços na melhoria do serviço prestado pela empresa. Afirmou ainda que “precisava ter essa franqueza” com a primeira-ministra italiana e que o governo “não abrirá mão de qualidade na prestação dos serviços das distribuidoras”.
“Fiz uma observação de uma constatação dos nossos técnicos do ministério e da própria ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) de que há uma centralização decisória muito grande da Enel na Itália, o que dificulta uma possibilidade mais célere de resposta em eventos como o que aconteceu em São Paulo e mais recentemente no Rio de Janeiro”, disse.
Ainda segundo Silveira, Meloni entendeu os argumentos brasileiros, ficou de tratar sobre o tema com a Enel na sua volta para a Itália e dar uma resposta oficial e diplomática ao Brasil posteriormente.
