Ministro não descarta necessidade de acionamento das usinas Termonorte I e II com seca na região

Marisa Wanzeller e Leila Coimbra, da Agência iNFRA

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, não descartou a necessidade de acionar as usinas termelétricas Termonorte I e II, caso a seca na região Norte se alongue. Questionado pela imprensa nesta quinta-feira (22), o ministro disse que espera não ser necessário o acionamento das usinas, mas que tratou do assunto na sala de situação aberta para restabelecer a transmissão de energia no sistema Acre-Rondônia.

Os estados sofreram apagão nesta quinta, devido ao bloqueio de ativos do sistema de transmissão que provocou a interrupção de 187 MW, no Acre, e 797 MW, em Rondônia, às 16h47, segundo informou o MME (Ministério de Minas e Energia) em nota. Silveira determinou a abertura imediata da sala de situação, integrada por ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) e pelo corpo técnico do MME.

“Espero que não [seja necessário acionar Termonorte I e II]. Hoje mesmo eu tratei isso lá no comitê, não tem como você prever isso porque realmente nós estamos vivendo. Além dos efeitos climáticos, a nossa condição hídrica piorou muito neste ano”, disse após cerimônia do Prêmio Abradee, em Brasília.

“Agora as térmicas, a energia hídrica e a energia nuclear ainda são as fontes de energia firme e que são segurança no setor de geração no mundo, não só no Brasil. Por isso, quando precisar de acionar térmica nós vamos acionar, porque energia caríssima é a energia que não existe.”

Queimada
O ministro destacou que ainda não há informação oficial sobre a causa do apagão na região nesta quinta-feira, mas que “um dos operadores de transmissão” relatou ao ONS que houve uma queimada muito forte na região. “Agora tem aquele tempo natural em que o ONS faz aquela pesquisa para apontar exatamente onde foi o problema, apurar responsabilidade no caso de não ser fato superveniente.”

“Nós estamos com 100% restabelecido, agora são apenas algumas subestações pontuais que precisam fazer o que a gente chama de manobra interna para poder restabelecer energia, mas a transmissão que foi a causadora desse evento do Acre-Rondônia está completamente restabelecida”, disse o ministro.

O processo de recomposição das cargas teve início às 17h10 e foi concluído às 20h40, segundo o ONS. Em nota, o Operador informou que, na ocorrência, “houve o desligamento automático do Complexo de geração e transmissão CC do Madeira e a desconexão do Sistema Elétrico do Acre/Rondônia do SIN, provocando o desligamento das cargas do estado do Acre e Rondônia”.

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