da Agência iNFRA
A transição global para uma indústria de baixo carbono está se concentrando cada vez mais em países emergentes, segundo relatório publicado pela Mission Possible Partnership. Dados do Rastreador Global de Projetos mostram que o chamado “cinturão industrial solar” – formado por nações da África, Ásia e América do Sul – já responde por 59% dos projetos industriais limpos planejados no mundo, superando os Estados Unidos, União Europeia e até a China.
O levantamento indica que há um pipeline de US$ 1,6 trilhão em projetos anunciados, mas ainda não financiados, distribuídos entre setores como amônia verde, combustíveis sustentáveis para aviação, aço, cimento, alumínio e produtos químicos. Países como Brasil, Índia, Egito, Marrocos, Indonésia e Chile estão atraindo investimentos por combinarem energia renovável abundante, custos competitivos e políticas públicas mais favoráveis.
A amônia verde desponta como principal vetor dessa transformação, com mais de três quartos das plantas planejadas concentradas nos mercados emergentes. Esse avanço é impulsionado, especialmente, pela demanda da indústria de fertilizantes e pela competitividade dos custos de produção nesses países, que pode ser até 50% menor em relação aos mercados tradicionais como EUA e Europa.
Apesar do avanço dos emergentes, o relatório alerta que boa parte dos projetos segue sem financiamento garantido. Atualmente, de 823 plantas catalogadas, apenas 69 estão operacionais e 65 receberam financiamento. O ritmo atual de conversão de projetos anunciados em obras efetivas é considerado insuficiente para atender às metas de descarbonização, sinalizando que será necessário multiplicar os investimentos e acelerar a adoção de medidas políticas para destravar o desenvolvimento da indústria limpa global.