Gabriel Vasconcelos, da Agência iNFRA
A Petrobras aumentou em 30% a previsão de investimento para incremento das atividades do Complexo Boaventura e da Reduc (Refinaria Duque de Caxias), dos R$ 20 bilhões anunciados no fim de 2024 para R$ 26 bilhões previstos agora. As obras têm previsão de conclusão em 2028 e 2029.
Segundo o diretor de processos industriais e produtos da estatal, William França, o principal acréscimo está ligado a um projeto de planta dedicada para produção de SAF (combustível de aviação sustentável) 100% renovável no Complexo Boaventura, em Itaboraí (RJ), estimado em US$ 1 bilhão, cerca de R$ 540 bilhões pelo câmbio atual. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (3) em entrevista a jornalistas na sede da empresa, no Centro do Rio.
Ainda estão previstos o aumento da capacidade de produção de QAV tradicional, fóssil, em 20 mil bpd (barris por dia) e de lubrificante grupo II (mais puro) em 12 mil bpd. Antes já estavam planejados um incremento de 76 mil bpd na produção de diesel S-10, duas novas termelétricas de ciclo aberto de 400 MW no Boaventura.
Aos R$ 26 bilhões em novos projetos, soma-se o investimento de R$ 2,4 bilhões em manutenção da Reduc e a modernização de duas termelétricas de 50 MW (megawatts) que suprem a demanda de energia dessa refinaria, a um custo de R$ 860 milhões. No total, esclarece França, a Petrobras prevê investir R$ 29 bilhões nas duas unidades nos próximos anos considerando expansão e manutenção.
Pacote de R$ 33 bi
Todos esses valores fazem parte de um pacote de pouco mais de R$ 33 bilhões anunciado pelo governo federal, que inclui um investimento de R$ 4,3 bilhões na expansão de uma planta da Petroquímica Braskem. Isso vai aumentar a produção de polietileno da petroquímica no estado em até 230 mil toneladas por ano usando gás natural do pré-sal produzido pela Petrobras e enviado pelo gasoduto da Rota 3. A Petrobras é dona de 47% do capital votante da Braskem.
“Quero chamar atenção para o fato de que esse megaprojeto está ampliando a capacidade de refino no Rio em 110 mil barris por dia, além de trazer mais tributos para o estado e garantir maior efetividade à Braskem, a sexta maior petroquímica do mundo, e garantindo mais gás a preços acessíveis por meio da Boaventura, inclusive com mais duas térmicas a gás”, disse a presidente da Petrobras, Magda Chambriard. Durante o evento, na sede da Petrobras, ela falou aos jornalistas por chamada de vídeo.