Gabriel Vasconcelos, da Agência iNFRA
A diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos, foi direta ao afirmar nesta sexta-feira (7) que os trechos relativos ao setor de óleo e gás na recém-aprovada MP (Medida Provisória) 1.304 ameaçam a revitalização da Bacia de Campos e trazem riscos a outros projetos da empresa.
Ela se referia à mudança na definição do PRP (Preço de Referência do Petróleo), que baliza o cálculo de royalties e participações especiais e deve aumentar; e a limitação de reinjeção de gás natural em reservatórios atribuída ao CNPE (Conselho Nacional de Política Energética).
“Quanto ao preço de referência, logicamente, quando a gente está tratando de [campos] supergigantes, tudo se ajusta. Mas quando a gente está falando de uma Bacia de Campos, por exemplo, em que tem um grande número de campos maduros, as margens são menores. Neste caso em particular, o risco de aumento de arrecadação pode inviabilizar essa revitalização que está indo muito bem, pode gerar um empecilho para que isso aconteça”, explicou Sylvia Anjos.
Ainda assim, a executiva se disse otimista com o projeto de revitalização da Bacia de Campos até o momento. A meta é restabelecer um patamar de produção de 1 milhão de barris para os campos da região em menos de oito anos.
Reinjeção de gás
Em relação à redução da reinjeção – técnica usada para aumentar a produtividade de poços –, a diretora disse que sua intensidade é “fundamentalmente decidida” em função das características de cada reservatório, como a natureza do fluido ou o volume de hidrocarbonetos.
“Em áreas com elevadíssimo teor de CO2, logicamente, fica impraticável se você não fizer a rejeição. Então, o fato de você rejeitar ou não tem muito a ver com a economicidade do projeto. Esse cuidado tem que se ter”, disse.
Na semana passada, durante a OTC Brasil, a diretora havia dito que o tema da reinjeção não trazia, necessariamente, preocupação, porque a Petrobras já vem tomando providências para reduzi-la, aumentando a exportação de gás natural ao mercado em projetos futuros, como deseja o governo. Além disso, Sylvia disse ter predileção pessoal pela produção de gás.








