Primeiros caminhões elétricos no Brasil começam a rodar em modelo de teste

da Agência iNFRA

Os primeiros caminhões movidos a eletricidade foram autorizados a rodar no Brasil, em modelo de testes, pela Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito) do Ministério dos Transportes, na última terça-feira (9).

Devido ao peso das baterias, de mais de duas toneladas, esses caminhões terão que ter uma regulação específica que está em estudos pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito), segundo o secretário da pasta, Adrualdo Catão. 

A autorização parcial para que 10 veículos, que rodarão em rotas especificadas e monitorados por equipamentos de telemetria, faz parte dos estudos para essa regulamentação que a pasta quer ver aprovada até o fim de 2024. 

O secretário de Trânsito afirmou que fazer o estudo dará mais segurança jurídica para que a regulação dos caminhões elétricos possam ser utilizados no país e que não quis fazer a alteração numa “canetada”, sem avaliações prévias dos técnicos da Senatran. 

“A bateria torna o caminhão mais pesado. O que queremos testar é o quanto pesado ele vai poder ser diante das regulações atuais e futuras”, disse o secretário, lembrando que o problema em estudo é o limite do Peso Bruto Total dos veículos, que no país é especificado pelo Contran. 

O estudo terá a coordenação técnica do Inprotram (Instituto Nacional de Projetos para Trânsito e Segurança) e parcerias com a UnB (Universidade de Brasília) e o laboratório de pavimentação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. As duas empresas que receberam os caminhões de testes são a ReiterLog e a Ritmo Logística.

Regra europeia
O presidente da Volvo América Latina, Wilson Lirmann, montadora que trouxe os caminhões, explicou que os veículos seguem a regra europeia de peso. A empresa, segundo Wilson, já forneceu na Europa mais de seis mil caminhões elétricos. Para ele, é “importante que o Brasil não fique para trás” em relação a essa tecnologia.

A principal diferença para um caminhão movido a combustível está no eixo dianteiro, onde fica a bateria, que pode ser impactado pelo peso, a depender da autonomia que se quer para o veículo. Mas, segundo Wilson, mesmo com esse peso da bateria, o caminhão pode cumprir as regras de trânsito com o uso de cargas específicas.

“Para chegar ao nível de autonomia que desejamos para as primeiras operações, precisamos de uma carga no eixo dianteiro que é diferente da [regra] atual”, disse o presidente da montadora.

Barreiras técnicas
Wilson afirmou que, no momento, a principal necessidade é remover as barreiras técnicas para o uso desse tipo de veículo no país. Ele defendeu que é necessário olhar para o futuro desse tipo de veículo no Brasil e a necessidade de integrar o país nas cadeias globais de produção. 

“A política industrial que funcionou para o Brasil nos últimos 70 anos não vai funcionar para as próximas décadas”, disse Wilson, lembrando ainda que será necessário desenvolver infraestrutura de carregamento que precisa de direcionamento do governo para ser implementada pelo setor privado.

Matriz diversificada
Ele defendeu, no entanto, que é fundamental que o país siga investindo nos veículos a combustão por biocombustíveis, híbridos e outros. Ele acredita que a matriz do Brasil será diversificada e que o caminhão elétrico não vai ser a panaceia que substituirá todas as outras alternativas. 

“A matriz energética no futuro no Brasil certamente será diversificada. Acreditamos muito nos biocombustíveis, sabemos que eles vão ter uma contribuição importante. Mas também uma grande parte será composta pelos veículos elétricos, pelas transformações que estão ocorrendo no mundo e as economias de escala que vão mudar um pouco a conta que nós conhecemos hoje”, disse Wilson. 

Segundo Adrualdo, a Senatran foi designada pelo ministro Renan Filho para tratar da pauta de descarbonização do setor de transportes no país, ajudando o ministério nos caminhos estratégicos sobre o tema. Segundo ele, o estudo para definir o padrão de peso dos caminhões elétricos é fundamental dentro dessa iniciativa.

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