da Agência iNFRA
Atualizado às 19:53 de 18 de agosto de 2022
O vice-presidente financeiro da Rumo Logística, Rafael Bergman, confirmou que a empresa já está pagando valores menores de direito de passagem para usar o trecho da Ferradura do Porto de Santos (SP), controlado pela MRS Logística.
Respondendo a pergunta durante teleconferência de resultados na última sexta-feira (12), Bergman confirmou que os valores de redução ao longo do contrato serão na faixa entre R$ 600 milhões e R$ 700 milhões.
Após a publicação, a Rumo encaminhou nota à redação esclarecendo que “o valor estimado pela Companhia com a readequação do valor do direito de passagem na Ferradura em Santos, após a renovação do contrato de concessão da MRS com o governo federal, é da ordem de R$ 150 milhões a R$ 200 milhões por ano – e não entre R$ 600 e R$ 700 milhões, como pode ter sido equivocadamente entendido na última call de resultados, em decorrência de falhas no áudio dos participantes. Os valores finais dependerão de variáveis como a evolução do volume transportado na ferrovia a cada ano e o reajuste anual da tarifa pelo IPCA”.
Na renovação da MRS, houve uma renegociação dos valores de teto tarifário de direito de passagem cobrado pela MRS pelo uso desse trecho, por onde todas as concessionárias de ferrovias que querem acessar o porto têm que passar.
A redução total foi estimada em R$ 1,2 bilhão, que acabou sendo o valor diminuído do que a MRS tinha a pagar de outorga ao governo pela renovação. Segundo Bergman, os valores no fim vão depender do volume transportado. Ele considerou a redução uma conquista para o sistema.
Acordo com a CLI
O vice presidente também explicou a operação que passou um dos terminais portuários da empresa em Santos para CLI (Corredor Logística e Infraestrutura), empresa controlada pela gestora IG4 Capital, que tem recursos do fundo Macquire, especializado em investimento em infraestrutura.
Segundo ele, a Rumo segue com 20% do negócio e terá contratos de longo prazo com garantia de atendimento dos clientes da ferrovia. Ele afirmou ainda que a venda está dentro da estratégia da empresa para reduzir a alavancagem (que está com índice de dívida de 2,8 vezes o capital).
A intenção é trazer para patamares entre 2 e 2,5 antes do início das obras da extensão da Malha Norte, no Mato Grosso. A companhia informou ainda que não vê em nenhum de seus contratos problemas com o preço teto das concessões. Segundo ele, os preços praticados ainda estão bem abaixo do teto.