Rafael Bitencourt, da Agência iNFRA
A secretária-executiva do MPor (Ministério de Portos e Aeroportos), Mariana Pescatori, disse nesta quarta-feira (18) estar otimista com a realização do leilão de arrendamento do novo terminal de contêineres no Porto de Santos, o Tecon Santos 10, apesar das “diversas pressões”, como classificou, em torno do projeto.
“Existem interesses privados que, com certeza, nos levam a decisões que, às vezes, são decisões mais rápidas, às vezes são decisões mais lentas”, disse a secretária, no evento “Desenvolvimento sustentável e inovação nos portos”, promovido pela Embaixada dos Países Baixos no Brasil. O debate também contou com a participação de Corné Hulst, gerente comercial internacional do Porto de Roterdã —o maior da Europa.
O governo e a ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) viraram alvo de críticas ao vedar, na primeira fase do certame, conforme propôs nos estudos, a participação de grandes empresas que já operam contêineres no Porto de Santos. Nos bastidores, as empresas ameaçam levar a licitação à Justiça se a decisão for mantida. A análise técnica foi recentemente enviada ao TCU (Tribunal de Contas da União), que deverá se manifestar antes da publicação do edital.
No evento, Pescatori explicou que está otimista porque o arrendamento do novo terminal de contêineres em Santos é um projeto que foi muito estudado. Há mais de dez anos técnicos do governo analisam o empreendimento.
“Sou bastante otimista porque eu acho que a gente já evoluiu muito. A gente já está na discussão final disso. Já teve uma discussão, inclusive, se isso ia ficar dentro de uma concessão do Porto de Santos como um todo. Então, acho que estamos nos finalmentes”, destacou. A técnica do MPor defendeu que o arrendamento é fundamental para o fluxo logístico do país. “Acho que o que mais importa disso tudo é pensarmos no país. Provavelmente todos nós estamos pagando um pouco a mais pelo que a gente consome”, defendeu. “A gente acaba penalizando toda a cadeia produtiva do país com produtos que poderiam estar chegando de uma forma mais competitiva do exterior, ou produtos que poderiam estar sendo exportados e que não foram exportados”, acrescentou.