Setor de mineração estima aumento de 6,6% no investimento para o ciclo 2025-2029

Bernardo Gonzaga, da Agência iNFRA

O setor de mineração estima que os investimentos em projetos para o período de 2025-2029 serão de US$ 68,4 bilhões, o que representa um crescimento de 6,6% na comparação com o previsto para o período 2024-2028, que era de US$ 64,5 bilhões. Os dados foram divulgados hoje (6) pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração).

A maior parte desse investimento continuará em projetos relacionados ao minério de ferro, que terá 28% do total. Projetos socioambientais e de logística vêm em seguida com participação de 16,6% e 15,9%, respectivamente. 

O setor mineral brasileiro também informou um faturamento no primeiro trimestre de R$ 73,8 bilhões. Alta de 8,6% em relação ao mesmo período do ano passado. O minério de ferro respondeu por 53% desse montante, com R$ 38,8 bilhões.

Os estados que lideraram o faturamento no período foram Minas Gerais, Pará e Bahia, com participações de 40%, 33% e 5%, respectivamente.

CFEM

A arrecadação total de impostos com atividade minerária no primeiro trimestre de 2025 cresceu 8%, totalizando R$ 25,5 bilhões. A CFEM (Compensação Financeira pela Exploração Mineral), especificamente, totalizou R$ 2 bilhões. 

Balança comercial

A venda de minerais produzidos no Brasil e destinados a outros países gerou um saldo de US$ 7,6 bilhões no primeiro trimestre de 2025, o equivalente a 77% da balança comercial do país no período. 

As exportações tiveram crescimento de 0,3% em relação ao primeiro trimestre de 2024, totalizando 87,7 milhões de toneladas. Apesar desse aumento no volume, o saldo financeiro das exportações teve uma queda de 13% na comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando US$ 9,3 bilhões. A baixa foi puxada pela queda no preço do minério de ferro no período. A média de preço trimestral deste mineral ficou 15,7% menor do que o observado no mesmo período de 2024.

A China seguiu como o principal destino das exportações minerais do país, com uma participação de 68,3%. Já as importações minerais no período caíram 17,1%, totalizando US$ 1,6 bilhão e, em toneladas, recuaram 6,3%, o que gerou um montante final de 8,75 milhões de toneladas de minerais de outros países que entraram no Brasil de janeiro  março de 2025. As importações foram provenientes principalmente dos Estados Unidos (20,8%), Rússia (19,3%), Austrália (11,5%) e Canadá (9,3%).

Plano Nacional de Minerais Críticos

O diretor-presidente do Ibram, Raul Jungmann, disse que o Brasil precisa de um Plano Nacional de Minerais Críticos para o país dar um “rumo” à sua política interna relacionada a esses minerais para saber o que será industrializado em território nacional e o que será exportado in natura. Além disso, Jungmann também reforçou a necessidade de aumentar a área mapeada para exploração mineral no país.

“Precisamos, sobretudo, conhecer o território do Brasil. Sempre é bom lembrar isso, nós só mapeamos até hoje 27% do território nacional. O Canadá e os Estados Unidos superam a faixa dos 90%. Então, é isso que nós precisamos. Além disso, precisamos de uma política muito clara sobre o que iremos exportar in natura e o que vamos refinar e industrializar”, disse Jungmann em coletiva de imprensa. 

Expectativa 2025

Segundo Jungmann, a expectativa para este ano é que o setor performe de forma semelhante ao ano passado. Para Julio Nery, diretor de assuntos minerais do Ibram, dificilmente o preço do minério de ferro, carro chefe do setor no Brasil, passará dos US$ 110 por tonelada, como ocorreu em alguns períodos de 2024.

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