Terminais vão dobrar investimento e antecipar conclusão para sextuplicar capacidade do porto de Aratu

Dimmi Amora, da Agência iNFRA

A capacidade de movimentação dos terminais reservados a granéis vegetais e minerais no Porto de Aratu (BA) vai sextuplicar a partir do meio do próximo ano para atender à demanda do agronegócio da região do oeste baiano. O crescimento se dará com investimentos já contratados de R$ 735 milhões em dois terminais arrendados no ano passado, o ATU12 e o ATU18.

A ampliação dos pouco mais de 2 milhões de toneladas de cargas/ano para mais de 12 milhões será possível porque o volume de recursos aportados nos projetos foi mais que o dobro do que era previsto como mínimo no edital da concorrência, vencida no ano passado pela CS Portos, empresa do grupo Simpar.

“Estamos fazendo o que tem de melhor, comprando o que tem de melhor, não pensando apenas num período de 15 a 25 anos dos contratos, mas num futuro muito mais alongado”, disse o CEO da companhia, Marcos Tourinho, em entrevista à Agência iNFRA, indicando ainda que antecipará em seis meses o prazo que a empresa tinha para entregar as obras previstas em contrato.

O terminal ATU18 foi previsto para movimentar cargas de granéis vegetais e vai se especializar nas cargas de soja e milho que já são produzidas na Bahia, mas, por falta de capacidade na região da Baía de Todos os Santos, segundo Tourinho, chegam a ir para Paranaguá (PR) para serem exportadas.

Já o ATU12 está previsto para a movimentação de granéis minerais, especialmente fertilizantes, numa operação que também é do interesse do setor agrícola. Mas, de acordo com ele, não será exclusiva, já que há outras cargas minerais na região que a empresa quer buscar, como cobre e minério de ferro.

Demurrage
Tourinho conta que a operação da CS Portos começou há um ano com um investimento de R$ 70 milhões concentrado na parte operacional dos terminais, para melhorar a segurança da operação e ampliar a velocidade. 

Mesmo ainda usando equipamentos antigos, da década de 1970, já muito defasados, o CEO diz que já foi possível ter ganhos de produtividade de 20% a 30% no período. Segundo ele, a demurrage dos navios caiu e a intenção é que, com a nova operação completa, ela caia ainda mais.

“O custo da falta de produtividade é altíssimo para o importador e o exportador. Hoje, o fertilizante paga entre R$ 20 e R$ 25 a mais por tonelada somente de demurrage na alta temporada”, afirmou Tourinho.

Também vai colaborar para a eficiência dos navios a dragagem prevista que vai elevar os calados hoje disponíveis de 10 metros e 12 metros para 15 metros. Com os investimentos, a estimativa da empresa é que a produtividade suba das atuais 300 toneladas/hora, em média, para algo entre 1,8 mil e 2 mil toneladas/hora.

Logística de caminhão 
Toda a operação dos dois terminais, que funcionarão separadamente, foi pensada para uma logística de caminhão, mesmo para os produtos minerais. Segundo Tourinho, “seria fantástico” contar com a ferrovia porque é o ideal para o tipo de carga operada e a distância que vai percorrer.

Mas, nas atuais condições, não é possível usar o ramal da FCA (Ferrovia Centro-Atlântica) que chega até o porto e atualmente opera apenas com baixa eficiência para o transporte de magnesita, informou o CEO. 

Segundo ele, há um movimento na Bahia para que o sistema ferroviário receba investimentos agora, com a renovação antecipada do contrato da FCA, que está em andamento. A ideia seria requalificar todo o corredor da ferrovia que liga Aratu à região Sudeste, chegando a Minas Gerais.

Fiol
A outra é puxar um ramal de cerca de 200 quilômetros da atual Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste), concedida em 2020 para a Bamin, para levar as cargas não mais para Ilhéus, como o previsto na concessão, e sim para a Baía de Todos os Santos. 

A Bamin promete completar a ferrovia de Caetité a Ilhéus e construir um terminal portuário até 2026 para operar cargas tanto de minério como também de grãos da região.

“Não tem nada [pronto] lá em Ilhéus. Na Baía de Todos os Santos tem 11 terminais prontos, com uma capacidade fantástica para navegar, calado natural alto, portos abrigados que quase nunca fecham. Uma infraestrutura pronta e ociosa”, defendeu Tourinho.

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