Sheyla Santos, da Agência iNFRA*
A VLI quer crescer no Porto do Itaqui (MA) para absorver o aumento da produção agrícola na área do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), em que há “vocação natural” para o terminal. O plano foi apresentado pelo diretor de Operações do Corredor Norte da VLI, Ederson Almeida.
“À medida que a safra cresce, a gente pega uma boa parte dessa produção. E à medida que ela também cresce, nós investimos mais para acompanhar esse crescimento. Temos capacidade de aumentar a quantidade de trens em nossa malha e capacidade de crescimento também no TPSL. Vamos continuar crescendo, investindo”, afirmou o diretor durante visita técnica ao TPSL (Terminal Portuário de São Luís), realizada no último dia 6.
Com movimentação de granéis sólidos e líquidos, o Itaqui se destaca pelo escoamento de grãos, principalmente soja e milho, além de combustíveis e fertilizantes. A VLI emprega cerca de 250 empregados no TPSL.
Com a estrutura de um berço, dois armazéns, quatro silos e uma moega ferroviária para grãos, além de pátios para produtos siderúrgicos e plataformas de descarga para ferro gusa e manganês, a empresa tem capacidade de armazenagem de 220 mil toneladas de grãos (soja e milho) e 200 mil toneladas de produtos siderúrgicos (ferro gusa e manganês).
‘Capacidade exaurida’
Em ano com previsão de supersafra, a capacidade do Porto do Itaqui, o principal em movimentação de cargas no Nordeste, beira os 95%, segundo a Emap (Empresa Maranhense de Administração Portuária), responsável pela gestão do porto.
Com movimentação de 34 milhões de toneladas de cargas em 2023, segundo dados da ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), o porto se destaca pela profundidade. Ele tem nove berços operacionais, variando entre 12 e 19 metros de profundidade em maré baixa, podendo chegar a 26 metros em maré cheia, o que lhe permite receber navios de grande porte.
O porto ainda se beneficia da multimodalidade, dispondo de ligação ferroviária direta com a ferrovia Transnordestina e a Estrada de Ferro Carajás, e conexão indireta com a FNS (Ferrovia Norte-Sul), que é operada pela VLI.
O acesso ao porto ocorre pelas rodovias BR-135 e BR-222, que se conectam a rodovias federais e também estadual (MA-230). Somente no TPSL (Terminal Portuário São Luís) operam as empresas VLI, Vale, Alumar e Suzano.
De acordo com Paulo Ricardo Nunes, da Emap, o terminal ocupa a quinta posição em movimentação de cargas entre os 36 portos brasileiros e é líder em movimentação no Arco Norte. “O porto está exaurido. Existe um pensamento de construção da nossa pera [ferroviária], construção de um novo berço, que vai aumentar capacidade de carga de grãos em mais ou menos 8 milhões toneladas/ano”, disse Paulo Ricardo.
*(A repórter viajou ao Maranhão a convite da VLI)