Em meio a gargalos, movimentação de contêineres segue subindo dois dígitos no país

Marília Sena, da Agência iNFRA

A movimentação de contêineres para exportação no Brasil registrou um crescimento de 14,3% entre janeiro e setembro de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023. Os dados foram divulgados pela Datamar, que monitora o setor.

No mês de setembro, as exportações avançaram 14,9%. O desempenho nas importações também foi positivo, com um aumento de 19% nos primeiros nove meses de 2024 em relação ao ano passado. Em setembro, as importações por contêineres cresceram 17,9%. 

De acordo com os dados, a China é o principal parceiro comercial do Brasil no transporte de mercadorias por contêiner, com um aumento de 12,1% nas exportações no período de janeiro a setembro de 2023, em comparação ao ano anterior. 

Os Estados Unidos (9,1%)  e o México (20,5%)  ocupam as seguintes posições. No que diz respeito às importações, a China também lidera, com um volume 29,7% superior nos nove primeiros meses deste ano, em relação a 2022. Na sequência, aparecem os Estados Unidos (+22%) e a Alemanha (+8,2%).

A exportação de carnes por contêineres registrou um aumento de 10,2% no período de janeiro a setembro de 2024, enquanto as exportações de madeira cresceram 13,8% no mesmo intervalo. No lado das importações, o plástico foi o material mais adquirido, com um avanço de 28,2% no mesmo período. Além disso, a importação de reatores, máquinas e caldeiras também apresentou um crescimento de 14,5% via contêineres.

Enquanto os números do transporte de contêiner não param de crescer no país, os principais investimentos para aumentar a capacidade no setor seguem travados, o que tende a ampliar os gargalos que já são sentidos por quem realiza operações de comércio exterior.

No maior porto do país para esse tipo de movimentação, Santos (SP), os anunciados investimentos na ampliação da profundidade do canal de acesso e no arrendamento de um novo superterminal, seguem no papel. 

O leilão do terminal STS10 em Santos tem investimento previsto de cerca de R$ 3 bilhões, o que ampliará a capacidade de operação do maior porto da América Latina. De acordo com dados da ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), a atual estrutura do porto de Santos atingirá a capacidade máxima de movimentação de contêineres em 2028. 

Com o STS10, serão quatro novos berços de atracação, o que ampliará em 50% a capacidade de movimentação de contêineres no porto. O leilão do “superterminal” deve ocorrer em 2025, segundo o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.

Dragagem de Itajaí segue sem definição
Em Itajaí (SC), um imbróglio entre a autoridade portuária local, gerida pelo município, e a empresa de dragagem está levando ao assoreamento do canal de acesso por falta de manutenção, o que vai reduzir ainda mais a capacidade de movimentação dos portos de Itajaí e de Navegantes, que usa o mesmo canal.

 A autoridade portuária segue em discussões com a ANTAQ, a empresa Van Oord e o governo estadual, mas ainda não há uma definição sobre os pagamentos. A última reunião ocorreu na semana passada, foi fechado um acordo, mas ele não está assinado.

Se o processo tivesse sido finalizado, a draga começaria a operar no dia 15 de novembro. A JBS retomou a operação de contêineres em outubro, mas ainda não há um registro formal do número de contêineres movimentados no último mês. A expectativa, no entanto, é de que o terminal arrendado pela empresa movimente pelo menos 45 mil contêineres até o final do ano.

Investimentos continuam
Apesar das limitações, grandes empresas continuam a apostar no Brasil. Exemplos disso incluem a aquisição da Wilson Sons, uma das principais empresas brasileiras de logística portuária e marítima, pela gigante do setor marítimo MSC, por R$ 4,35 bilhões, e a compra da Santos Brasil pela CMA CGM, no valor de R$ 6,3 bilhões.

A Maersk deve anunciar novidades nas próximas semanas, num investimento para transformar um antigo estaleiro no porto de Suape (PE) em um novo terminal de contêineres na região.

Os portos de Itapoá e São Francisco do Sul (SC) trabalham num projeto de dragagem de aprofundamento do canal de acesso para ampliar a profundidade de 14 metros para 16 metros.

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