Geraldo Campos Jr., da Agência iNFRA
Um estudo realizado pela Tendências Consultoria a pedido da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) confirmou que a operação de securitização da Eletrobras teve benefício econômico final de R$ 46,5 milhões e que, por isso, foi a opção mais vantajosa ao consumidor.
O estudo diz, por outro lado, que “o valor de R$ 46,5 milhões não representa o benefício futuro em termos de redução tarifária”, uma vez que isso “não é o objetivo desse tipo de cálculo de VPL (Valor Presente Líquido)”.
De acordo com o parecer, o cálculo de VPL serviria somente para “estabelecer uma regra economicamente racional e fundamentada para a tomada de decisão entre duas alternativas mutuamente excludentes”.
A Tendências também confirma que o pool de bancos que fizeram o empréstimo para as contas Covid e Escassez Hídrica cobraram um waiver fee de R$ 285 milhões, ou seja, uma taxa pela renúncia e quebra antecipada do contrato de financiamento acima do valor de economia na transação.
Benefício indireto
Além de considerar o modelo adotado o mais vantajoso, a Tendências diz que há outros benefícios indiretos com a operação, como eliminação da possibilidade de aumento futuro dos juros das contas Covid e Escassez Hídrica pelo CDI.
O estudo foi encomendado pela CCEE e teve parecer emitido na última sexta-feira (8). O relatório foi assinado pelos técnicos Ernesto Guedes, Arthur Moretão, Carolina Flávia Gusmão Ferreira, Diego Lucchesi e Leonardo Palhuca.