da Agência iNFRA
O ENMU (Estudo Nacional de Mobilidade Urbana), coordenado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e pelo Ministério das Cidades, revelou um potencial de mais de R$ 600 bilhões para implementação de projetos de mobilidade urbana nas 21 maiores regiões metropolitanas do Brasil, superando o déficit de R$ 300 bilhões estimado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Com 40% do levantamento concluído, as informações servirão como base para a criação de um banco de iniciativas voltadas ao TPC-MAC (Transporte Coletivo de Média e Alta Capacidade), que incluirá alternativas para metrôs, trens, VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos) e BRTs (Bus Rapid Transit).
A análise preliminar já identificou cerca de 400 projetos prioritários, que serão avaliados por consultores para garantir que os investimentos atendam às necessidades futuras das regiões. Segundo o ministro das Cidades, Jader Filho, a expectativa é que o banco de projetos ajude a planejar uma mobilidade urbana mais sustentável e integrada, com foco na redução das emissões de poluentes e na melhoria da qualidade de vida.
“O compromisso do Ministério das Cidades com mobilidade urbana é tornar as cidades mais inteligentes, com corredores exclusivos e transporte públicos com menos emissões de poluentes. O retorno é a redução do tempo e conforto no deslocamento das pessoas”, afirmou em comunicado divulgado pelo banco.
O BNDES afirmou que a conclusão do estudo, prevista para dezembro, trará um panorama completo sobre a situação das cidades e um plano com as prioridades para os próximos 30 anos. A análise dos projetos será divulgada em etapas entre abril e junho. “Quando concluirmos esse estudo, teremos um mapa que vai orientar nossas cidades na direção de um futuro mais verde”, disse Luciana Costa, diretora de Infraestrutura e Mudança Climática do banco, no mesmo comunicado.
Regiões metropolitanas
Ainda de acordo com o estudo, apenas Goiânia (GO), Vitória (ES) e Recife (PE) têm um modelo integrado de transporte público, enquanto São Paulo (SP) e Belo Horizonte (MG) se destacam por disponibilizarem informações completas sobre a operação do sistema. O levantamento também mostra que o Rio de Janeiro é a única metrópole onde mais de 30% da população está a menos de um quilômetro de estações de transporte de alta capacidade.