Rafael Bitencourt, da Agência iNFRA
A diretoria da ANM (Agência Nacional de Mineração) autorizou nesta segunda-feira (29) a Gramazini Mineração, localizada na Massapê (CE), a aproveitar o rejeito da lavra de rochas ornamentais para a produção de lítio por terceiros. Na decisão, a diretoria permitiu que a empresa faça o aproveitamento do rejeito da mina de quartzito sem a necessidade de produção de um novo relatório de pesquisa voltada para lítio.
Antes, a Gerência Regional da ANM havia recomendado a não aprovação do aditamento para permitir o aproveitamento do rejeitado, por não constar informações técnicas suficientes nos relatórios entregues à agência. Informações do processo dão conta de que, nas operações de lavra de rochas naturais, 70% do minério extraído é descartado.
O relator do processo, diretor Tasso Mendonça, resumiu como serão conciliadas as duas frentes de produção dos minerais destinados a mercados diferentes. “O foco principal da mina continuará sendo a produção de blocos de quartzito, comercializados no mercado interno, principalmente para o estado do Espírito Santo. Os estéreis, gerados na extração da rocha ornamental, serão destinados à britagem, ou moagem, e vendidos como matéria-prima, para empresas interessadas em concentrar e obter o lítio”, afirmou.
A decisão da diretoria foi baseada na Resolução 85/2023, da ANM. Essa norma define os procedimentos para o aproveitamento de rejeitos e estéreis da atividade mineral.
Transição energética
Na leitura do voto, Mendonça destacou o cenário de forte aumento da demanda mundial de lítio. “A transformação energética e a transição para o transporte elétrico são os principais motores do aumento da demanda por lítio em forte expansão, impulsionado pela crescente demanda global por veículos elétricos e eletrônicos de consumo”, ressaltou o diretor, descrevendo a condição que insere o lítio na lista de minerais críticos em contexto geopolítico.
