Marília Sena, da Agência iNFRA
As operações na hidrovia do Rio Paraguai podem ser paralisadas em até 15 dias, informou Décio Amaral, presidente da Hidrovias do Brasil. Segundo ele, em apenas 10 dias, o nível do volume de água diminuiu em 70%, e o país ainda não possui licença para realizar a dragagem. O trecho é compartilhado com os países vizinhos Argentina e Paraguai.
“Nós estamos com risco de interrupção porque a dragagem no tramo brasileiro está muito atrasada por questões de licenciamento”, afirmou Décio Amaral durante o evento realizado pelo MoveInfra, nesta quarta-feira (22), em Brasília, com transmissão ao vivo pela Agência iNFRA.
Ele alertou para a situação da hidrovia do rio Tapajós, que em breve pode enfrentar o mesmo problema. A dragagem de manutenção foi vetada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sanção do PL (Projeto de Lei) 2.159/2021, referente ao licenciamento ambiental. A derrubada do veto tem sido solicitada por agentes do setor que se sentiram prejudicados.
A concessão do Rio Paraguai está em discussão no TCU (Tribunal de Contas da União). O governo enfrenta entraves relacionados à binacionalidade da concessão, o que pode atrasar ainda mais o processo do certame. O leilão estava previsto para este ano, mas foi adiado para 2026.
