da Agência iNFRA
Uma operação da CGU (Controladoria-Geral da União) em parceria com a PF (Polícia Federal) cumpre nesta sexta-feira (28) mandados em Fortaleza (CE) e Natal (RN) para apurar suspeitas de irregularidades em contratos de pavimentação do Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), possivelmente financiados com emendas parlamentares entre 2022 e 2023. Batizada de Fake Road, a ação investiga indícios de uso indevido dos recursos e falhas na execução dos serviços.
Auditoria da CGU identificou sinais de superfaturamento e de obras não entregues ou apenas parcialmente executadas, além de medições forjadas e possível direcionamento de empresas. As apurações calculam um prejuízo potencial superior a R$ 22 milhões — parte de um dano total estimado em mais de R$ 22 milhões apenas nas duas cidades investigadas.
A investigação, autorizada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), cumpriu 11 mandados de busca e apreensão nas duas capitais e incluiu o bloqueio de bens e valores, quebra de sigilo bancário e fiscal, e a indisponibilidade de imóveis e veículos dos alvos.
Cerca de 50 policiais e 12 servidores da CGU participaram da ação, recolhendo documentos, celulares e registros digitais para rastrear o fluxo dos recursos de obras financiadas com dinheiro público por meio do Congresso.
A operação foca no Dnocs porque os contratos analisados indicam um modelo semelhante de irregularidades nos dois estados, envolvendo recursos carimbados como investimentos em infraestrutura, mas com indícios de execução inexistente.
A partir do material apreendido, a investigação deve reconstituir quem autorizou, quem mediu e quem recebeu pelos serviços sob suspeita, além de mapear eventuais ajustes políticos e administrativos na concessão dos contratos.
