Gabriel Vasconcelos, da Agência iNFRA
O presidente do IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), Roberto Ardenghy, disse neste sábado (29) que o país caminha para um “apagão de mão de obra” no setor de óleo e gás. O executivo falou a respeito no Seminário do Grupo Esfera, no Rio de Janeiro, onde pediu por uma política de formação e treinamento de técnicos e engenheiros no Brasil.
“O maior problema da indústria de óleo e gás hoje é mão de obra. Estamos caminhando, sem dúvida nenhuma, para um apagão de mão de obra no nosso setor. Se a gente não tiver uma política muito forte de capacitação mirando o tipo de profissional que precisamos, vamos ter no Brasil uma situação que só vejo no Oriente Médio, em países como Emirados Árabes e Arábia Saudita, onde 90% da mão de obra é importada do Paquistão, Índia e outros lugares”, disse. Repetir esse cenário no Brasil, país com mais de 200 milhões de habitantes, seria um “crime”, continuou, destacando que já existe um fluxo de indianos, sobretudo soldadores, para atuarem em projetos no país.
À Agência iNFRA, na saída do evento, Ardenghy disse que o IBP projeta uma geração de 375 mil postos de trabalho em óleo e gás nos próximos dez anos, em linha coma expansão da atividade. Mas, hoje, já existiria uma carência de quase 50% em posições especializadas, como engenheiros de petróleo e soldadores. “Quem se formar hoje em engenharia de petróleo no Brasil está empregado”, afirma.
Segundo Ardenghy, para além do deficit de formação, o problema de base, há falta de profissionais com tempo de experiência ou com competências “modernas”, como conhecimento de informática, transformação digital e noções de descarbonização.
