03/06/2025 | 18h15  •  Atualização: 05/06/2025 | 05h56

Carga de trigo volta após 25 anos a Porto de São Sebastião, que quer consolidar novos produtos

Amanda Pupo e Marília Sena, da Agência iNFRA

O Porto de São Sebastião (SP) recebeu nesta terça-feira (3) a primeira carga de trigo em 25 anos. A última operação com esse tipo de produto ocorreu no ano 2000. A reestreia aconteceu com uma carga de 27 mil toneladas, que será descarregada no terminal graneleiro do porto, informou à Agência iNFRA a CDSS (Companhia Docas de São Sebastião), empresa pública do estado de São Paulo que administra o ativo.

“Simboliza um importante avanço na diversificação das operações do Porto, reforçando seu papel estratégico no abastecimento do estado”, disse a estatal. À Agência iNFRA, o diretor-presidente do Porto, Ernesto Sampaio, explicou também que os terminais que historicamente movimentam trigo estão chegando aos seus limites de capacidade, situação que ocorre em Santos (SP) e Paranaguá (PR), citou.

Com isso, São Sebastião passou a ser uma opção. “E em termos de capacidade de armazenamento nós temos área aqui disponível, o que nem sempre acontece nesses outros portos, que já estão, de novo, bem cheios”, afirmou.

Mas o executivo argumentou que o porto não quer ser apenas uma alternativa à saturação dos demais terminais. Segundo ele, o plano é consolidar novas cargas, como já é com relação a barrilha, o malte e a cevada, que atendem a indústria do Vale do Paraíba. “A gente quer que essa carga do trigo, por exemplo, venha e fique aqui realmente por um bom tempo”, disse.

A Companhia Docas ainda ressaltou que a chegada de um novo tipo de carga tem relação com a melhora na infraestrutura de acesso ao porto, com a entrada em operação do Contorno Sul da Rodovia dos Tamoios. “O porto passou a contar com uma infraestrutura de acesso rodoviário mais rápida, moderna e eficiente, colocando-se como uma opção mais eficiente para o recebimento de novas cargas”, disse a CDSS, segundo a qual a obra reduziu o tempo médio de deslocamento entre Caraguatatuba e o terminal portuário de 45 para cerca de 16 minutos.

“A facilidade no escoamento de cargas, o acesso mais previsível para veículos pesados e a redução de congestionamentos em áreas urbanas trazem ganhos operacionais concretos para toda a cadeia logística”, afirmou a Docas.

Em 2024, o Porto bateu recorde de movimentação, com 1,5 milhão de toneladas transportadas – um crescimento de 48% em relação a 2023. Entre os principais produtos operados estão açúcar, malte, cevada, barrilha, coque e silicato de vidro.

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