CEO da Flybondi espera ter “em breve” boas notícias sobre operações domésticas no Brasil

Dimmi Amora, da Agência iNFRA

O mercado aéreo doméstico brasileiro tem um grande potencial para crescer, pela grande extensão de território e o baixo número de viagens por habitante ao ano, apenas 0,4. Mas não há no momento empresas ofertando voos com modelos que reduzam as barreiras de preço que impedem o aumento do número de passageiros. 

É o que acredita o CEO da Flybondi, Mauricio Sana, empresa argentina que opera no modelo low cost no país vizinho e trabalha com a possibilidade de vir para o Brasil. 

“Flybondi também está em um processo de crescimento de frota, um aspecto importante quando se trata de se estabelecer como empresa no Brasil. Espero que possamos ter boas notícias para os brasileiros em breve”, disse Sana em entrevista por mensagem à Agência iNFRA.

Segundo apurou a Agência iNFRA, a companhia é uma das que mais apresenta interesse em entrar no mercado brasileiro e, desde 2019, quando houve a flexibilização da lei que restringia o capital estrangeiro em empresas áreas com operação doméstica, tem reiteradamente participado de conversas com o governo local para entrada no país.

Na Argentina, Sana diz que a companhia já transportou 7 milhões de passageiros e incluiu 4 milhões de novos viajantes no sistema desde o início de suas operações em 2018. Por isso, ele diz ver como boa notícia a política aérea focada em atrair cada vez mais brasileiros para voar de avião, que o Ministério de Portos e Aeroportos está buscando implementar.

“É um objetivo totalmente alinhado com o propósito da nossa companhia aérea e com o que conquistamos no mercado argentino”, lembrou o diretor da companhia, que já opera no Brasil em voos internacionais desde 2019, e também elogiou a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) pelo processo de simplificação regulatória em que vem trabalhando.

Preocupações
No entanto, Sana listou preocupações com o mercado brasileiro, especialmente com o que ele chamou de “excessiva regulamentação de questões comerciais”, citando as discussões sobre a cobrança ou não de franquia de bagagem.

“O modelo de vendas ‘a la carte’, liderado por companhias aéreas low cost e recentemente implementado por companhias aéreas tradicionais, proporciona aos passageiros a oportunidade de pagar apenas pelos serviços de que necessitam, tornando as tarifas aéreas mais transparentes, competitivas e justas”, defendeu o CEO, dizendo no entanto que uma possível volta do impedimento da permissão de cobrar por bagagem despachada não é considerada na tomada de decisão da companhia para vir para o Brasil.

Outras preocupações apontadas pelo CEO da empresa são com as leis de defesa do consumidor que “ameaçam diretamente a solvência financeira das companhias aéreas”, a alta carga tributária, as taxas aeroportuárias e os custos de combustível. 

“Essa é uma questão [combustível] que aflige não só o mercado brasileiro, mas o mercado mundial. Mas no Brasil, recentemente, temos visto esforços do governo para baixar o preço do querosene para aeronaves. Portanto, apreciamos essas medidas e certamente estamos analisando esse tipo de operação”, indicou o dirigente da companhia.

Mudança no turismo
Sana não tem dúvidas de que a entrada de companhias aéreas de baixo custo pode mudar o turismo do país e repetir o que tem acontecido com o país vizinho.

“Conseguimos romper com a sazonalidade do turismo e ampliar a base de passageiros ao longo do ano. A atividade natural de uma companhia aérea tem um impacto positivo muito tangível na economia dos destinos, pois gera empregos diretos e indiretos, desenvolvimento de novos fornecedores, aumento do consumo de produtos e serviços, investimento hoteleiro e infraestrutura aeroportuária”, apontou. “Acreditamos que podemos criar um impacto semelhante no Brasil”.

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