Lais Carregosa, da Agência iNFRA
O diretor da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) Ricardo Tili disse nesta terça-feira (20) que participar de uma diretoria colegiada é um “casamento entre cinco pessoas” com visões de mundo diferentes.
“As divergências fazem parte de qualquer relacionamento. Eu costumo brincar que a diretoria da ANEEL é um casamento de cinco pessoas. O casamento de duas pessoas é um relacionamento que a gente tem que negociar, conversar, decidir. Imagine cinco pessoas com formações e visões de mundo diferentes”, declarou.
A reunião desta terça-feira (20) foi a última de Tili no colegiado. O mandato do diretor se encerra no próximo sábado (24). Ele será substituído por Daniel Danna, atual secretário-geral da agência.
Amazonas Energia
Questionado pela imprensa sobre os desafios de seu período na ANEEL, Tili mencionou o caso da Amazonas Energia e disse que é preciso uma solução célere para o problema, evitando um imbróglio ainda maior.
“É um imbróglio. Criou-se um imbróglio muito grande, de difícil solução, que até hoje não tivemos solução. […] Desejo toda sorte à diretoria que tiver que opinar sobre esse acordo e desejo, olhando para o consumidor, que esse acordo saia”, declarou. Para o diretor, é preciso uma solução estrutural para a concessão da Amazonas.
Compartilhamento de postes
Ele também falou sobre o processo de compartilhamento de postes entre as distribuidoras e as operadoras de telecomunicações, cuja resolução foi adiada por um pedido de vista da diretora Agnes Costa nesta terça (20).
Para Tili, o processo é um “calcanhar de Aquiles” da ANEEL, que precisa de solução rápida. Ele avalia, contudo, que o tema está perto de uma solução, que deve ser encaminhada pela diretora Agnes.
“Está bem coordenado com a Anatel, e agora, qualquer detalhe, a diretora Agnes vai ter a capacidade, ela sempre teve, de compor. Acredito muito que vai convergir para um acordo com a Anatel”, afirmou.
Na reunião, Tili votou para manter a cessão obrigatória da exploração comercial da infraestrutura a uma empresa terceira, chamada de “posteiro” – convergindo o posicionamento da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Mas para chegar a um consenso com o setor elétrico, posicionou-se no sentido de permitir que as distribuidoras criem seus próprios “posteiros” para gestão da infraestrutura.
Processos redistribuídos
Tili disse que deve deixar a ANEEL com 42 processos para redistribuição, sendo que 37 deles estão com a área técnica. Entre os itens, estão a norma sobre armazenamento em baterias e open energy.
À imprensa, o diretor destacou que “faltou pouco” para concluir o processo sobre armazenamento. “Faltou o processo de armazenamento acabar, mas eu entendo a área técnica, sei das dificuldades, sei da falta de servidores. Faltou pouco, um problema para resolver, e aí eu mesmo preferi não levar as coisas de qualquer maneira [para deliberação pela diretoria]”, declarou.