06/11/2025 | 13h36  •  Atualização: 07/11/2025 | 08h04

EDP estuda baterias no Brasil, mas curtailment trava novos projetos renováveis

Foto: EDP

Geraldo Campos Jr., da Agência iNFRA

A portuguesa EDP lançou nesta quinta-feira (6) um novo plano global de investimentos de 12 bilhões de euros, cerca de R$ 74 bilhões na cotação atual, para o triênio 2026-2028. O pacote inclui 1,3 bilhão de euros para o Brasil (R$ 8 bilhões), focados nas redes de distribuição e transmissão. No entanto, a multinacional já analisa novas oportunidades no país, como em baterias.

Para a geração renovável, o presidente executivo do grupo EDP, Miguel Stilwell d’Andrade, afirmou que não há no momento novos grandes projetos eólicos e solares para o Brasil por causa da intensificação do curtailment (cortes obrigatórios de geração) e falta de ressarcimento financeiro. Ele chamou de “boa notícia” a aprovação pelo Congresso Nacional da compensação pelos cortes dentro da MP (Medida Provisória) 1.304.

“Nós temos um portfólio de investimentos em renováveis, mas no Brasil nós não temos novos projetos de geração agora, porque estamos esperando alterações regulatórias que permitam compensar o curtailment. Isso está tirando bastante a rentabilidade e a atratividade desses projetos. Recebemos boas notícias sobre a MP na semana passada e esperamos que isso seja regulamentado”, afirmou Andrade em entrevista a jornalistas de vários países após evento em Londres.

Segundo ele, por outro lado, esse cenário também traz oportunidades, como a demanda por novos projetos de transmissão e o armazenamento químico. “Nós estamos olhando para baterias, que podem vir a se tornar parte do nosso mix no Brasil e certamente ajudará a reduzir o curtailment”, disse.

Ainda sobre o setor elétrico brasileiro, o CEO disse que o grupo acompanha com bons olhos o movimento de abertura total do mercado. “Acreditamos que essa será uma boa oportunidade para a gente”, disse citando que a EDP já tem uma das maiores comercializadoras de energia do país.

Investimentos

O plano de investimentos da EDP até 2028 prevê 700 milhões de euros (R$ 4,3 bilhões) para o segmento de distribuição no Brasil, nas concessões do grupo no Espírito Santo e no litoral de São Paulo, além de outros 600 milhões de euros (R$ 3,7 bilhões) em transmissão. A média de investimentos no país será de 400 milhões de euros por ano no ciclo.

No entanto, o presidente do grupo EDP ponderou que o ambiente macroeconômico tem impedido maiores investimentos no país. “O Brasil tem uma taxa de juro alta e inflação baixa, então não é um ótimo momento para investir. Por isso nós continuaremos apostando na distribuição e na transmissão, que é um investimento rentável, sólido e de longo prazo”, afirmou.

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