Gabriel Vasconcelos, da Agência iNFRA
O presidente do grupo Engie no Brasil, Eduardo Sattamini, disse nesta terça-feira (20) que tem interesse em participar do leilão de baterias e que vai entrar no LRCAP (Leilão de Reserva de Capacidade) com a expansão da capacidade das hidrelétricas Jaguara, na divisa de Minas Gerais com São Paulo, e de Salto Santiago, no Paraná. Ele falou em café da manhã com jornalistas na sede da Engie, no Centro do Rio de Janeiro.
No caso de Jaguara, a Engie trabalha com o projeto de aumento de 200 MW (megawatts) na capacidade instalada, e, de Salto Santiago, uma adição de 700 MW. Segundo o executivo, essas usinas já foram construídas com espaço para ampliação da potência.
“O investimento nisso vai parte em maquinário e sistemas de controle. Equivale a metade ou 40% do investimento de uma usina completa”, disse Sattamini.
Lentidão nas licenças ambientais
Questionado sobre projetos de transmissão, Sattamini disse que a Engie vai participar do leilão da área marcado para 31 de outubro e reclamou da demora para obtenção de licenças ambientais em projetos desse tipo.
“O processo de licenciamento ambiental é muito lento, várias linhas de transmissão estão demorando muito para obter licenças. Essa é uma atenção que o governo deveria dar, priorizar o licenciamento de projetos capazes de retirar os gargalos do sistema”, disse Sattamini.
O executivo citou especificamente o projeto Asa Branca, linha que liga Gentio do Ouro, município polo de geração eólica e solar na Bahia, até Espírito Santo, que o executivo define como um “tronco importante” da conexão entre as regiões Nordeste e Sudeste, das mais engargaladas do país.
Ele explicou que todo o licenciamento estadual já foi obtido, mas há demora no licenciamento pelo Ibama para aprovar os trechos interestaduais. A Engie esperava concluir todo o licenciamento ambiental entre novembro e dezembro de 2024, o que leva hoje a um atraso de pelo menos seis meses no cronograma.
“A gente não vai conseguir compensar seis meses de atraso, mas alguma coisa vamos comprimir. Linhas de transmissão têm um número fixo de anos de concessão e, quanto antes começar a operação, antes começa a entrar receita. Além dessas perdas pelo atraso, há mais permanência dos construtores nas obras, o que aumenta o custo geral”, diz Sattamini sobre os prejuízos do atraso nas licenças federais.