da Agência iNFRA
Durante a apresentação do projeto Tecon Santos 10 na última terça-feira (18), em audiência pública na sede da ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), o secretário nacional de Portos, Alex Ávila, pediu a palavra para expressar publicamente preocupações sobre os impactos na malha viária nos arredores do Porto de Santos (SP), devido ao aumento no volume de cargas que está sendo previsto na região com terminal de contêineres e outros terminais.
“Estamos projetando que, a partir do nono ano, teremos pelo menos 3,5 milhões de contêineres a mais circulando entre entradas e saídas. Esse volume pode ser originado de transbordo, mas, independentemente disso, haverá um aumento significativo no número de veículos em circulação”, afirmou o secretário.
Alex Ávila destacou que, embora o Ministério de Portos e Aeroportos já tenha analisado os impactos viários, ele solicitou uma explicação sobre se esses fatores foram contemplados no modelo apresentado.
Quem respondeu ao secretário foi o superintendente de Projetos Portuários e Aquaviários da Infra S.A., Fernando Corrêa, que é o reponsável pela estruturação do modelo de arrendamento do Tecon 10. Ele minimizou o problema do aumento de tráfego, afirmou que foram coletadas as informações necessárias e que a estimativa é de que o primeiro aumento de capacidade ocorra a partir de 2030.
“No curto prazo, está prevista a construção de um viaduto no bairro da Alemoa; a médio prazo, será realizada a coordenação dos cronogramas de desenvolvimento do município; e, a longo prazo, está prevista a implementação de uma terceira faixa, que trará mais segurança ao complexo portuário”, explicou.
Infraestrutura para o transporte de carros
Outra reclamação foi apresentada pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), de não haver garantia no novo terminal para a movimentação de veículos. Segundo ele, sem o Tecon 10 garantido, haveria terminais para veículos apenas na margem esquerda do porto, o que pode gerar “sérios problemas” de competitividade para a indústria automobilística.
“De acordo com um levantamento que nós fizemos, a área hoje tem capacidade para movimentar 300 mil veículos por ano, nos próximos anos a indústria automobilística deve ter um volume superior a capacidade atual”, considerou o representante da associação.
Os representantes do poder público indicaram que o Tecon 10 será multipropósito e, por isso, poderia atender o setor de veículos e de carga geral, que também se queixou de falta de uma área garantida.
A Grimaldi DPC considerou que o transporte de veículos não foi contemplado no projeto do Tecon Santos 10. “Nós não entendemos o porquê da exclusão”, afirmou o representante da empresa, Cláudio Alberto. Para ele, um dos berços do projeto poderia ser para navios de veículos, caso contrário, a indústria automobilística pode abandonar o porto de Santos.