Gabriel Vasconcelos, da Agência iNFRA
A empresa de sísmica TGS começou nesta terça-feira (23) a pesquisa 3D ao sul da Bacia de Pelotas. A área da atividade fica a 94 quilômetros do município de Mostardas, no Rio Grande do Sul, em águas com profundidade mínima de 200 metros. A pesquisa é feita pelo navio sísmico Ramform Tethys, acompanhado por três embarcações de apoio.
A previsão é que as pesquisas dos programas Pelotas Norte e Pelotas Sul se estendam até 2028. Em novembro, a TGS deu início ao programa Pelotas Norte Fase I, a 96 quilômetros da costa de Santa Catarina, em profundidades semelhantes.
O programa Pelotas Sul obteve licenciamento do Ibama em outubro e já tem autorização para execução da Marinha e da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
Para mitigar impactos sobre a fauna marinha, especialmente aves e cetáceos, a empresa informou que, durante a temporada de maior ocorrência dessas espécies, haverá “períodos de silêncio” – intervalos de tempo durante os quais a pesquisa é pausada ou reduzida – na operação entre agosto e setembro de 2026 e entre julho e setembro de 2027.
Em meados desse ano, o diretor de exploração e desenvolvimento da Shell, Lucio Prevatti, disse que a companhia pode fazer uma primeira perfuração exploratória em Pelotas em 2028, o que coincidiria com o fim dos trabalhos em curso da TGS. A Shell arrematou 29 blocos em Pelotas junto com a Petrobras (operadora) no leilão de concessão, em 2023.
Nova fronteira de exploração, a Bacia de Pelotas vem sendo encarada como alternativa imediata à Margem Equatorial, onde a Petrobras enfrentou dificuldades para obter a primeira licença ambiental – finalmente obtida em outubro – para perfurar na Bacia da Foz do Amazonas, uma das cinco que formam a Margem. Essa dificuldade ainda pode pesar no processo de desenvolvimento de produção, reorientando os planos da estatal para outras regiões.
