Túnel Santos-Guarujá, incluído no Novo PAC, deve ser feito com recursos de arrendamentos, defende frente parlamentar

Jenifer Ribeiro, da Agência iNFRA

Os valores das outorgas dos futuros arrendamentos dos terminais portuários no Porto de Santos (SP) poderiam ser usados na construção do túnel que liga Santos a Guarujá, defendeu o deputado Paulo Alexandre (PSDB-SP), que preside a Frente Parlamentar da Ligação Seca Santos-Guarujá – que será lançada oficialmente na próxima sexta-feira (18) – e a Frente Parlamentar de Portos e Aeroportos.

A obra foi incluída no Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) – anunciado na última sexta-feira (11) –, conforme o ministro da Casa Civil, Rui Costa, já havia antecipado, no final do mês passado. Análise e reportagem sobre o programa está em textos abaixo.

“Esses recursos advindos das outorgas, das concessões feitas no porto, podem e devem suprir, na minha opinião, sem a necessidade de fazer qualquer tipo de intervenção [federal ou estadual]. Eu particularmente vou defender essa tese”, explicou o parlamentar em entrevista para a Agência iNFRA.

O túnel de ligação será viabilizado via PPP (Parceria Público-Privada), portanto, pode contar com aportes da APS (Autoridade Portuária de Santos) – que tem reservados R$ 3 bilhões, dos estimados R$ 5,8 bilhões, para a obra –, do governo federal e estadual, além dos recursos privados.

Segundo o deputado, com os arrendamentos previstos no Porto de Santos ao longo do período de ajuste do novo projeto base e da construção do túnel, que para ele deve ser de quatro a cinco anos, é possível criar um caixa que cubra os valores da obra sem a necessidade de aporte do governo federal ou estadual. A previsão é que os ajustes no projeto básico e executivo da obra e o licenciamento ambiental sejam emitidos em um ano para que a obra comece em 2024.

Valor menor
Para Paulo Alexandre, existe a possibilidade de que a obra custe menos do que os R$ 5,8 bilhões previstos. “Há uma tendência de redução do valor. Maior desconto, maior proposta vencedora do certame. Então, se esse valor se confirmar nessa atualização orçamentária de R$ 5,8 bilhões, você vai ter um desconto para R$ 4,5 bilhões, R$ 4,3 bilhões. O governo já está entrando com R$ 3 bilhões, então possivelmente o governo federal não vai ter que colocar mais nada”, explicou o deputado.

Em junho, o diretor-presidente da APS, Anderson Pomini, já tinha pontuado a possibilidade de redução do valor da obra devido à intenção do governo de atrair players internacionais para a licitação e a intenção do Banco Brics em financiar parte do projeto.

Investimento não definido
O deputado Paulo Alexandre afirmou que se baseia no valor atual previsto para a construção do túnel e que com a alteração do montante, durante os ajustes do projeto base, talvez a tese de recursos somente da APS não se mantenha de pé.

Ele destaca que ainda é preciso fazer o cálculo de tempo de concessão, fazer os ajustes no projeto básico, entre outros fatores, e que tudo isso pode fazer com que o valor atualizado seja diferente do estimado. Caso haja necessidade de alocar recursos públicos para o projeto, o deputado afirmou que isso poderá ser feito no orçamento anual e não descarta a possibilidade de incluir o empreendimento dentro do piso de investimentos previsto pelo arcabouço fiscal.

Parceria com o privado
Foi firmado consenso para que a construção do túnel seja feita via PPP. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, anunciou no mês passado que essa será a modelagem da obra. Esse foi o principal ponto de divergência entre a APS e o governo de São Paulo durante os últimos meses.

O governo de São Paulo defendia uma PPP que garantisse em um único contrato a obra e a concessão futura do túnel, e a APS queria que o projeto fosse feito como obra pública porque a PPP atrasaria ainda mais a construção da ligação.

Licenciamento ambiental
No final de junho, a APS solicitou ao secretário estadual de Parcerias em Investimentos de São Paulo, Rafael Benini, os estudos do projeto básico e executivo do túnel Santos-Guarujá. Esse projeto tem as licenças ambientais necessárias, no entanto, elas foram emitidas em 2012 pela Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.), antiga empresa ambiental do estado, e serão necessárias atualizações.

Segundo o deputado Paulo Alexandre, os detalhes operacionais de licenciamento ambiental devem ser discutidos somente após a definição do formato do projeto. Mas ele não acredita que deve haver empecilhos para a permissão, tendo em vista que não houve mudanças muito significativas na área em que o túnel deve ser construído.

Canal de acesso
O deputado disse ainda acreditar que o aprofundamento do canal de acesso ao Porto de Santos deveria ser feito via concessão. Para ele, a iniciativa privada seria mais eficiente em manter o calado em condições de receber navios de grande porte e de fazer as manutenções necessárias.

No começo de junho, o presidente do Porto de Santos falou para jornalistas que a intenção é que a obra no canal seja pública e iniciada no ano que vem. Ele explicou ainda que estão sendo feitos estudos para verificar a viabilidade do aprofundamento do canal para 16 metros e depois para 17 metros.

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