ONS pede que térmicas fiquem ‘de prontidão’ para garantir o abastecimento de energia elétrica

Marisa Wanzeller e Leila Coimbra, da Agência iNFRA

O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) enviou carta aos agentes térmicos nesta quarta-feira (10) solicitando “maximização da disponibilidade de geração térmica e a prontidão das usinas”.

O pedido visa garantir o atendimento em caso de necessidade de despacho ao longo do período seco e da transição para o período úmido 2024/2025, conforme documento ao qual a Agência iNFRA teve acesso.

Segundo o operador, no decorrer dos últimos meses, a precipitação nas principais bacias hidrográficas com usinas hidroelétricas integrantes do SIN (Sistema Interligado Nacional) tem sido “significativamente abaixo da média histórica”.

Manutenções
O documento ainda pede que o cronograma de manutenções das usinas seja atualizado e que qualquer manutenção ou postergação seja sinalizada com antecedência.

“Além disso, questões de hibernação ou falta de combustível deverão ser previamente informadas conforme estabelecido nos Procedimentos de Rede, de forma a não frustrar o despacho em etapa de programação diária ou tempo real”, diz o ofício.

Seca histórica
No último dia 3, o CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) apresentou previsões pessimistas. Esse deve ser o mês de julho mais seco no SIN em 94 anos, no pior dos cenários elaborados (54% das chuvas da média histórica).

No cenário mais otimista, os resultados dos estudos de vazão indicam afluência prevista de 64% da MLT (Média de Longo Termo), sendo o 3º menor valor para um histórico de 94 anos. Leia a nota publicada pelo governo.

PLD
As chuvas abaixo da média já elevaram a previsão do PLD (Preço de Liquidação das Diferenças) para setembro deste ano, devido à necessidade de maior despacho de termelétricas. Simulações feitas pela CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) mostram que o PLD pode atingir uma média acima de R$ 300/MWh em setembro, em três dos quatro cenários estudados.

Já no final de junho, o preço referência para as negociações de curto prazo no mercado livre de energia chegou a atingir o teto de R$ 1.470,57 por MWh (megawatt-hora).

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