14/11/2025 | 09h00  •  Atualização: 14/11/2025 | 21h15

Corte de GD: Plano do ONS abrange 12 concessões e 80% das usinas tipo 3

Foto: Domínio Público

Geraldo Campos Jr. e Lais Carregosa, da Agência iNFRA

O plano emergencial para cortar a geração das usinas ligadas na distribuição elaborado pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) abrange 12 concessões e cerca de 80% das chamadas usinas “tipo 3”. O tema está na pauta da reunião da diretoria da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) da próxima terça-feira (18) e tem relatoria do diretor Gentil Nogueira, que pode seguir a proposta do operador ou trazer alterações em seu voto.

Para a primeira fase de implementação do plano, foram selecionadas as distribuidoras que possuem maior capacidade instalada de usinas tipo 3 em suas áreas de atendimento, segundo a proposta do ONS, com possibilidade de inclusão de todas as concessionárias em uma fase futura. No pacote inicial estão: CPFL Paulista, Cemig, Energisa MT, Copel, Neoenergia Elektro, Celesc, Equatorial GO, Energisa MS, Neoenergia Coelba, RGE, EDP ES e Neoenergia PE.

As usinas tipo 3 são empreendimentos maiores de geração distribuída, ou seja, conectados às redes locais. Em sua maioria, são pequenas hidrelétricas e termelétricas a biomassa, embora haja usinas eólicas e solares nessa categoria.

O plano prevê um mecanismo de comunicação direto que será criado entre o ONS e as distribuidoras. As empresas deverão estar aptas ao possível acionamento visando o corte especialmente durante fins de semana e feriados, por serem “períodos em que a dinâmica de carga e geração pode demandar maior flexibilidade e resposta rápida para garantir a estabilidade e segurança operativa”, diz o operador em documento encaminhado para a reguladora no último dia 31.

O ONS pede que as concessionárias encaminhem previamente um inventário que detalhe a capacidade efetiva de redução de geração das usinas Tipo 3 nas suas respectivas áreas. Para isso, devem considerar alguns critérios, são eles: flexibilidade operativa, possibilidade de modulação, possíveis restrições em termos de tempo de permanência na condição ligada ou desligada, justificativa em caso de impossibilidade de desligamento, bem como, existência de supervisão e controle.

Fluxo
A proposta do operador prevê algumas etapas antes da ordem de corte. Caso o ONS identifique no planejamento semanal “esgotamento de recursos de geração centralizada” em períodos de carga mínima, enviará alerta às distribuidoras comunicando da possibilidade de execução do plano emergencial nos próximos sete dias. A partir desse sobreaviso, as concessionárias deverão estar de prontidão.

Ao fazer a programação diária da operação, caso persista o indicativo de necessidade de restrição das usinas tipo 3, o ONS enviará a programação para as distribuidoras com a ordem de corte, o período de restrição e o montante agregado a ser cortado  em cada concessão. A partir de então, as empresas devem acionar os geradores, considerando uma metodologia de divisão do corte por usina proporcional à geração prevista.

Classificação das usinas
Além do plano emergencial, a ANEEL também analisará, em outro processo, a proposta do ONS de reclassificação das usinas tipo 3 conforme a sua potência instalada.

A ideia é que usinas com potência igual ou superior a 10 MW (megawatts) sejam classificadas como “Tipo 3-A”, tendo que obedecer a comandos do ONS através das distribuidoras. Já as usinas com potência inferior a 10 MW seriam conhecidas como “Tipo 3-B” e não teriam relacionamento com o ONS, mas poderiam ser controladas pela figura do “operador de distribuição” (DSO, na sigla em inglês), cuja regulamentação também está em fase de instrução na ANEEL em outro processo.

Os empreendimentos com potência acima de 10 MW representam 41% dos geradores conectados na distribuição e 87,4% da potência instalada nessa modalidade, segundo dados do ONS. 

Contudo, o operador admite no plano emergencial que esse universo de usinas pode ter uma controlabilidade reduzida devido à inflexibilidade operativa, montantes de uso do sistema de distribuição iguais ou próximos a zero e conexão em instalações com dificuldades para controle remoto.

“Portanto, recomendamos que esse critério de potência proposto para a modalidade Tipo 3-A seja uma referência inicial, a ser aperfeiçoada com os resultados da operacionalização do Sandbox Regulatório de Integração ONS-DSO”, diz o operador.

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