25/11/2025 | 18h45  •  Atualização: 26/11/2025 | 20h14

ANM critica modelo estatal de exploração de minerais críticos

Mauro Henrique Sousa, diretor-geral da ANM, discute corte em orçamento no Senado
Foto: ANM/Divulgação

Rafael Bitencourt, da Agência iNFRA

O diretor-geral da ANM (Agência Nacional de Mineração), Mauro Henrique Sousa, alertou nesta terça-feira (25) que o Brasil não pode cair na armadilha de querer explorar e desenvolver a cadeia de minerais críticos sozinho, sem buscar parceria com investidores e países que detém tecnologia de processamentos desses insumos.

“Temos que ter atratividade. Nós não podemos também cair numa – vou usar uma expressão que eu não sei se vocês conhecem – esparrela de achar que nós damos conta de tudo”, disse o diretor-geral da ANM, em evento que contou com a participação de autoridades de países do Mercosul.

Sousa criticou a proposta que surgiu no Congresso Nacional de criar uma nova estatal dedicada a explorar as reservas brasileiras de minerais críticos. “Quem propõe isso tem pouco conhecimento da dificuldade, do que é o nível de risco geológico”, afirmou.

Ele citou que, estatisticamente, a cada 1 mil pesquisas minerais, uma ou no máximo duas vão efetivamente vingar. “Você lida com risco geológico significativo, com o aporte de recursos que nem sempre vão resultar num jazimento que tem viabilidade econômica para que o investimento se justifique”, afirmou, durante o “Seminário de Integração Energética e Mineral do Mercosul”.

Para o diretor-geral da ANM, a proposta de criar uma estatal para comandar frentes de exploração dessa classe de minerais é ruim para atração de investidores.

“Isso dá um sinal para o mercado mundial, o mercado local, de que somos estatizantes, e nós achamos que colocar na mão do Estado é o melhor. Mas nós, aqui no Brasil, somos uma economia de mercado, a nossa Constituição prevê a livre iniciativa e o patrocínio da iniciativa privada como um indutor do desenvolvimento”, afirmou o diretor.

Ele ressalta que o Brasil, se fizer tudo certo, “vai levar anos para a gente atingir a capacidade produtiva que a China tem”. O gigante asiático se destaca pelo volume de reservas de minerais críticos e capacidade de processamento desses bens.

“A China apostou há trinta anos em terras raras e hoje detém mais de 500 ou 300 patentes de processamento”, pontuou. “Nós precisamos realmente nos aliar a quem detém conhecimento, a quem detém a técnica para que a gente possa internalizar [a tecnologia] aqui e desenvolver nossa própria capacidade produtiva”, complementou.

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