21/10/2025 | 09h30  •  Atualização: 21/10/2025 | 18h02

Campanha da Petrobras na Margem Equatorial será decisiva para o setor

Foto: Petrobras

Lais Carregosa, Marisa Wanzeller e Geraldo Campos Jr., da Agência iNFRA

A campanha de exploração da Petrobras na bacia da Foz do Amazonas, na região conhecida como “Margem Equatorial”, será decisiva para aumentar o conhecimento sobre a região e aferir o potencial da nova fronteira exploratória, afirmam especialistas consultados pela Agência iNFRA

A diretora técnica do Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), Ticiana Alvares, considera que o momento “abre uma perspectiva de conhecermos de fato o que tem ali, quais são os tamanhos das reservas, qual é o grau de qualidade de potencial exploratório real daquele óleo, daquele gás, que pode estar presente lá na bacia da Foz do Amazonas”, declarou. 

Ela destaca que o movimento permitirá ao Brasil “garantir a soberania energética e a segurança energética” em busca de novas fronteiras, uma vez que a demanda mundial de petróleo não tem perspectiva de quedas. Por outro lado, estudos mostram que, sem novas áreas de exploração, a produção de petróleo no país atingirá um platô em 2030, quando serão extraídos 5,3 milhões de barris por dia. 

O ex-diretor da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e fundador da FK Energy Partners, Felipe Kury, considera um “dia histórico” que pode dar início a essa  nova fronteira de exploração considerada estratégica para o país. “A Petrobras tem toda a tecnologia, toda a segurança operacional, tudo de mais moderno para poder fazer um processo exploratório muito seguro e transformar aquela região e o  Brasil”, afirmou.

Kury diz que a medida abre caminho para que outras petroleiras explorem na margem equatorial. “À medida que o Ibama ganha confiança que a infraestrutura de apoio e de segurança na região vai se ampliando, eles vão tendo mais segurança de fazer o licenciamento”, explicou. 

O especialista também avalia que o momento abre uma discussão sobre a “governança” de iniciativas como exploração de recursos petrolíferos. “Muitas decisões ficam a cargo do Ibama, que tem ao mesmo tempo que licenciar e proteger”, disse. Ele menciona que a criação de um conselho multidisciplinar para definir projetos estratégicos para o país, como prevê a regulamentação do  LAE (Licenciamento Ambiental Especial), pode ser um facilitador na obtenção de novas licenças. O processo de licenciamento especial está previsto na MP (Medida Provisória) 1.308, enviada ao Legislativo após o presidente Lula vetar trechos da nova lei de licenciamento ambiental aprovada pelo Congresso Nacional. 

O IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás), que representa as grandes petroleiras, afirmou em nota que é “essencial” desenvolver novas fronteiras de exploração diante do declínio dos reservatórios de petróleo do pré-sal, a partir da década de 2030. “Esta é uma decisão importante que permitirá ao país conhecer melhor o potencial de suas reservas, apoiando a segurança energética e o desenvolvimento socioeconômico da Região Norte”, afirmou o presidente do instituto, Roberto Ardenghy.

No mesmo sentido, o presidente da Abespetro (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo), Telmo Ghiorzi, ressaltou que o Brasil está “correndo contra o tempo”, já que desde 2018 não perfura poços em novas fronteiras. Mas, de acordo com ele, “a Petrobras e a cadeia produtiva brasileira já superaram desafios igualmente difíceis e importantes”. 

A Margem Equatorial se estende do litoral do Amapá ao Rio Grande do Norte. Apesar de ser uma região já explorada, há pouco conhecimento sobre o potencial nas chamadas águas “profundas” ou “ultraprofundas”, com mais de 300 metros de profundidade. A maioria dos poços perfurados nessa região estão em águas rasas, conforme dados da ANP.

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