Jenifer Ribeiro, da Agência iNFRA
Os investimentos em infraestrutura no país devem chegar a 1,94% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2023, segundo o levantamento presente na 22ª edição da Carta de Infraestrutura, feito pela consultoria internacional Inter.B. O documento apresenta dados dos investimentos no setor entre os anos de 2018 e 2022, e as primeiras projeções feitas para este ano.
No entanto, a consultoria aponta que o percentual necessário para a modernização do setor é de 4,2% do PIB ao longo dos próximos 20 anos. O documento menciona que esse cenário só poderá ser realizado com o aumento do investimento privado e apresenta uma agenda com oito tópicos a fim de aumentar o investimento em infraestrutura no Brasil.
Entre os itens estão: tornar o investimento em infraestrutura uma política de Estado; planejamento de governo com melhores critérios de escolha de investimentos; melhora na segurança jurídica; aprimoramento regulatório; ampliação da participação dos mercados de capitais no financiamento de projetos de infraestrutura; fortalecimento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), como estruturador de projetos, e do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos).
Outro ponto levantado pela carta é que, para que a projeção de 1,94% do PIB se concretize, o Ministério dos Transportes precisa finalizar os projetos anunciados. Isso porque, com estimativa de crescimento de 11,2%, transportes podem ser o quarto setor com melhor desempenho no ano, se comparado a 2022, atrás somente do setor aeroportuário (28,6%) – com percentuais maiores devido à recuperação da pandemia de Covid-19 –, energia elétrica (15,5%) e saneamento básico (12,4%).
O setor portuário tem projeção de crescimento de 2,6% em 2023. Já em ferrovias o estimado é que sejam investidos R$ 8 bilhões neste ano, sendo que 96% desse valor será aportado pelo setor privado.
Entre 2018 e 2022 houve um crescimento de 0,25 pontos percentuais do PIB nos aportes em infraestrutura no Brasil, chegando a 1,86% do PIB. Os setores que apresentaram as maiores elevações no ano passado são: energia elétrica, saneamento básico, e transportes – em razão dos investimentos feitos pelos entes subnacionais em rodovias em 2022.