da Agência iNFRA
O crescimento do mercado de asfaltos no Brasil nos últimos dois anos levou a Stratura, uma das maiores companhias do setor, a investir em frota própria para a distribuição do produto no país. A companhia adquiriu 41 caminhões-tanques, com capacidade para transportar 35 mil toneladas/mês, que começaram a operar neste mês. A intenção é dobrar os valores no futuro.
Segundo dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) levantados pela empresa, o mercado de distribuição de asfalto atingiu 870 mil toneladas este ano de janeiro até abril. O volume é superior ao mesmo período do ano passado, que foi de 748 mil, crescimento de 15%. Em 2023, o volume total de asfalto no Brasil foi de 2,867 milhões de toneladas, com crescimento de 11% em relação ao ano anterior.
De acordo com Douglas Souza, diretor de Operações da Stratura, com frota própria, a empresa vai reduzir o prazo de entrega, ganhar agilidade e eficiência e quer alcançar uma fatia maior do mercado. A possibilidade de entrega mais eficiente e controlada, na visão dele, passou a ser uma exigência do mercado.
A Stratura possui cinco fábricas no país e foi adquirida em 2022 pelo Grupo Fiord Capital, uma private equity. Segundo ele, o mercado de asfalto vem crescendo no Brasil, seguindo dois vetores principais, o primeiro do desenvolvimento urbano de cidades no interior do país, especialmente no Centro-Oeste. E o segundo dos investimentos em melhoria da malha rodoviária nos últimos dois anos.
“O Brasil ainda é um país sobre rodas. O potencial é ainda muito grande”, afirmou Souza à Agência iNFRA.
Segundo ele, a Petrobras, que é a única produtora no país, tem dado indicações de que quer fazer expansões na produção de asfalto, mas que até o momento não se concretizou. E a demanda está vindo mais rápido que a oferta. Por isso, os playeres estão se direcionando mais para a importação para equilibrar oferta e demanda nos próximos cinco a 10 anos.
As importações de asfalto podem vir com o produto já em granel líquido, o que necessita de investimentos em tancagem, ou mais recentemente em blocos que chegam em contêineres e depois são derretidos. Souza lembrou que é necessário avaliar rotineiramente qual modelo é mais viável a partir de vários fatores, como capacidade dos portos, dólar, logística e outros.