Dimmi Amora, da Agência iNFRA
A macrometrópole de São Paulo vai precisar de um novo aeroporto até a década de 2030, mesmo se medidas forem tomadas para ampliar a capacidade aeronáutica das atuais unidades, e se todos os investimentos possíveis em infraestrutura forem realizados.
Essa é a conclusão do PAN (Plano Aeroviário Nacional), lançado nesta quarta-feira (21) pela secretaria de Aviação Civil do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, o primeiro planejamento de longo prazo do setor feito nos últimos 10 anos. O documento está disponível neste link.
De acordo com o secretário de Aviação Civil, Dario Rais, a macrometrópole paulista foi analisada num capítulo separado porque a região concentra 36% da demanda do país. Projetando os dados nacionais, que apontam que a aviação nacional vai dobrar o atual número de passageiros, 115 milhões/ano atualmente, nos próximos 15 anos, o cenário para São Paulo mostra-se preocupante.
Segundo ele, se nenhum investimento for realizado, em 2027 os aeroportos da região entrarão em colapso. Há, no entanto, investimentos previstos que podem aliviar a situação, como a terceira pista de Viracopos e a retirada da aviação executiva do Campo de Marte, o que abriria mais espaço nos aeroportos de Guarulhos e Congonhas para voos comerciais.
Se essas medidas forem tomadas e também for possível fazer a quarta pista de Viracopos e a terceira de Guarulhos, nenhuma das duas obrigatórias por contrato e ambas consideradas de difícil execução, o colapso nos sistema seria adiado para 2034, diz Rais.
Para suportar mais tempo que isso, teriam que ser adotadas medidas de aeronavegação que também são consideradas de difícil execução pelo risco de segurança, mas possíveis com desenvolvimentos tecnológicos.
De acordo com Rais, a partir de um certo momento, se não houver melhoria, São Paulo pode começar a perder voos para Rio de Janeiro e Belo Horizonte e o número de passageiros pode até cair 7%, devido a outras escolhas de passageiros.
“O cenário é de urgência porque um novo aeroporto demora uma década para ser feito”, afirmou o secretário à Agência iNFRA.
Plano Aeroviário Nacional
Para a aviação do país, o PAN categorizou os aeroportos em quatro tipos, identificando uma rede de 164 unidades que, com investimentos adequados, podem colocar 99% da população atendida a duas horas de distância de carro ou barco. Outras 530 unidades passam a ser consideradas aeroportos complementares.
Com o crescimento previsto de 4,6% ao ano do número de passageiros, o país terá que fazer R$ 25 bilhões em investimentos nas próximas duas décadas para manter o nível de serviço do sistema. Pela projeção do plano, sem investimentos, o país já poderá voltar a ter problemas em 2022, quando a demanda vai ultrapassar a atual capacidade.
De acordo com o ministro Valter Casimiro, os investimentos no setor estão garantidos com obras do projeto de aviação regional e também com as concessões aeroportuárias. Segundo ele, no dia 29 o governo lança, em cerimônia, o edital para a concessão de 12 unidades, divididas em três blocos.