da Agência iNFRA
O leilão da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) para a concessão da BR-163-230/PA-MT teria pelo menos um grupo que apresentou proposta formal na sessão de recebimento de envelopes realizada na segunda-feira (5), em São Paulo, segundo apurou a Agência iNFRA junto a agentes dos setores público e privado.
A sessão para abertura dos envelopes está prevista para esta quinta-feira (8), após análise por parte da ANTT da documentação que tiver sido apresentada. O governo conseguiu reverter todas as decisões que estavam suspendendo a licitação até o momento, mas havia decisões pendentes em outras ações que podem impedir a realização desta etapa prevista para quinta-feira.
O leilão atraiu estudos de diversos grupos econômicos ao longo dos últimos meses. A rodovia é o principal caminho para o escoamento da produção agrícola da região do norte do Mato Grosso para os terminais portuários do Rio Tapajós, no Pará. Mas havia a expectativa de que ele não tivesse interessados devido à desistência da maioria deles.
A Agência iNFRA conversou com representantes de pelo menos três desses grupos, que indicaram que o risco dessa concessão era extremamente elevado e, por isso, desistiram do negócio.
A concessão dessa rodovia é por um prazo de apenas 10 anos, prorrogável por dois anos, quando o comum para concessões rodoviárias é de 20 a 35 anos. O prazo curto foi dado porque a rodovia vai no mesmo caminho da Ferrogrão, que o governo também pretende conceder.
Quando a Ferrogrão estiver operando – a previsão é que isso ocorra em uma década –, estima-se que a maior parte da carga migre para a ferrovia e, por isso, foi escolhido esse prazo mais curto.
No entanto, apesar do prazo curto, os gastos do concessionário com a rodovia, especialmente em planos ambientais, e investimentos que têm que ser feitos no período, foram considerados elevados e com elevado risco de não terem prazo suficiente para retorno. Por isso a desistência em apresentar proposta dos grupos.