AMaggi, Vinci Partners e EDLP estudam entrar na concessão da BR-163-230/MT-PA


Dimmi Amora, da Agência iNFRA

Pelo menos cinco grupos de empresas estão fazendo estudos ou sondagens para participar do leilão de concessão das BRs-163-230/PA-MT, previsto para ser realizado pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) no próximo dia 8 de julho.

A rodovia é a ligação entre a região produtora de grãos, especialmente soja, do norte do Mato Grosso e os terminais hidroviários da região de Miritituba, no Pará, de onde os produtos são levados de barcaças até os portos da região de Belém (PA) para exportação.

Ao longo das últimas semanas, intensificaram-se na região empresas fazendo avaliações das condições do trecho rodoviário de 1.009 quilômetros que vai fazer parte da concessão, cujo prazo será de 10 anos prorrogável por mais dois anos.

Havia algum temor entre agentes do governo se uma concessão com prazo tão curto e com baixo volume de investimentos previstos – é praticamente uma concessão para a conservação da via no período – atrairia interessados.

Mas essa dúvida já se dissipou. No final da última semana, a Agência iNFRA apurou que o ex-governador do Mato Grosso Blairo Maggi, dono da AMaggi, uma das maiores tradings de comercialização de grãos do país, e seu primo Eraí Maggi, dono do Grupo Bom Futuro, percorreram a rodovia e estão trabalhando para fazer uma proposta para administrá-la.

A AMaggi está associada ao empresário Guilherme Quintella, da EDLP (Estação da Luz Participações), idealizador da Ferrogrão, e o fundo de investimentos Vinci Partners. Eles já tinham feito visitas ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e à secretária de Fomento, Planejamento e Parcerias, Natália Marcassa, para tratar da participação nessa concessão.

Outros grupos
Outro grupo que mostrou interesse nessa concessão foi a Hidrovias do Brasil. A empresa é voltada para o transporte de granéis por hidrovias, mas está avaliando outros ativos. Já anunciou, por exemplo, que tem uma parceria com a VLI para estudar a concessão da Ferrogrão, a ferrovia que passa ao lado da BR-163 e que o governo tenta licitar também neste ano.

O prazo de concessão da BR-163 é mais curto que o normalmente usado nas concessões federais porque, quando a Ferrogrão começar a transportar, será necessário reavaliar a concessão, já que a maior parte da carga deve migrar da rodovia para a ferrovia.

Em resposta à Agência iNFRA, a Hidrovias do Brasil informou que “apoia e acredita que o projeto de concessão da BR-163 trará melhorias para a infraestrutura nacional, mais competitividade para o corredor Norte e, consequentemente, para o produto brasileiro. A companhia vem estudando o negócio e apoiando para o sucesso do leilão, porém, sem intenção em participar”.

Também houve conversas de representantes do governo com a Zetta Infraestrutura, empresa de engenharia que ainda não tem ativos em concessões rodoviárias federais. As duas maiores operadoras de concessões do país, a CCR e a EcoRodovias, também avaliam fazer proposta.

Caso se concretize a participação desse número de players no leilão da BR-163, será a reversão de uma tendência nos leilões de concessões rodoviárias federais nos últimos anos, nos quais a quantidade de licitantes vinha caindo.

No último, o da BR-153 e outros trechos rodoviários, entre Goiás e Tocantins, a disputa ficou restrita a dois grupos, CCR e EcoRodovias. Essas duas companhias de concessões venceram todas concorrências de concessões rodoviárias federais no Brasil desde 2015.

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